30 de novembro de 2012

Dossiê

 

Imagens de Marca: As Relações Públicas hoje fazem-se sem croquete?

 

Renato Póvoas: É verdade. Este projecto começou através do meu blog pessoal que é www.relacoespublicassemcroquete.blogspot.com. Foi o primeiro blog que surgiu em 2005 na área das Relações Públicas. Comecei a ver diferentes blogs na área do Design, da Publicidade e do Marketing e interroguei-me: Porque não na área das Relações Públicas?
Então arranquei com o projecto, um projecto pioneiro e inovador na área, estávamos em 2005. Em Agosto do ano passado surgiu este convite por parte da Gestão Plus, que é da Bertrand, para realmente escrever um livro sobre “Relações Públicas Sem Croquete”, aproveitando assim o nome do blog, sendo que os conteúdos não reflectem os posts publicados no blog.
O tema central é as Relações Públicas mas são reflexões diferentes.

 


IM: O que significam as Relações Públicas sem croquete?
RP:
Significa sem aquela parte do acessório. As Relações Públicas ainda são mal vistas no mercado. Há muitas pessoas que não sabem o que são as RP, como se faz RP, têm ainda uma conotação negativa e errada. Daí também este livro vem um bocadinho esclarecer o que são as Relações Públicas e daí o nome sem croquete porque é um elemento associado às Relações Públicas.



IM: Mas se há essa conotação negativa, algo tem de se fazer…
RP:
Sim, algo tem de se fazer. Há algum trabalho que tem de se fazer mas para isso o sector tem de estar unido e é algo que eu acho, é que o sector não está unido. No sector dos profissionais de Relações Públicas cada um ainda pensa mais no individuo do que no grupo, e acho que deve haver um discurso coerente e um só discurso em todo o sector, para que as mensagens sejam fortalecidas e tenhamos um discurso coerente para o exterior.




IM: Hoje, qual o papel das Relações Públicas? 


RP: Eu acho que trabalhar na área das Relações Públicas é um trabalho super aliciante porque eu considero que os Relações Públicas devem ser os arquitectos de comunicação das empresas, e gestores de marcas. Devem ter o controlo da comunicação das marcas e devem ser eles a pensar estrategicamente por onde é que as marcas devem ir e onde devem apostar.Eu acho que as Relações Públicas, o contacto com os jornalistas é importante, muito embora ache que a questão dos “jornalistas amigos” é um mito. Eu acho que mais importante do que conhecer quem escreve, o quê ao nível de temáticas dos meios, é necessário ter um pensamento estratégico e criativo nesta área. Para além de conhecer os meios é necessário ter estratégia na sua cabeça, e depois ter um discurso e um raciocínio muito virado para a criatividade. As relações Públicas vivem muito com projectos inovadores e criativos e penso que é esse o caminho. Apostar mais na Inovação.



IM: Mas refere que a área está fragmentada? Como assim?
RP:
Acho que os blog demonstrou que é algo interessante porque culminou num livro e penso que é pedagógico. No entanto, por vezes assistimos a questões levantadas, existem agora vários blogs de comunicação, e há muitas “tricas” e comentários e os profissionais ofendem-se uns aos outros e isso não é bom. E primeiro temos de unir o sector e depois realmente comunicar e avançar no sentido de puxar as RP para cima.




IM: Quais os caminhos de futuro para o sector das Relações Públicas?
RP:
Acho que a RP de guerrilha está a crescer muito até porque depois com as acções de marketing de guerrilha há aqui declinações para as RP que podem ser feitas.




IM: E como é desenhada uma acção de RP de guerrilha?
RP:
É transformar um evento ou um acontecimento inusitado em buzz mediático, ou seja, em algo em que as pessoas são impactadas directamente, mas que depois conseguimos transpor isso para os meios de comunicação social. Para além de RP de guerrilha temos a área digital, por exemplo.




IM: E por falar em Digital. Como é que os RP se adaptam a essa área digital?
RP:
Não é fácil. E daí estarem a surgir empresas e pessoas formadas com uma componente base de comunicação empresarial ou de RP mas depois com uma vertente tecnológica ou digital muito forte. Mas é um desafio muito grande para as RP adaptar-nos e trabalharmos nesse meio.




IM: E quais as principais diferenças entre comunicar e desenvolver trabalhos de Relações Públicas no digital e no meio físico?
RP:
As diferenças são muitas porque no digital também comunicamos para jornalistas que escrevem no digital, no online, mas essencialmente trabalhamos e falamos para consumidores. Daí o discurso tem de ser totalmente diferente. Tem de ser um discurso directo, transparente, frontal mas sobretudo diferente daquele que usamos com os meios tradicionais. Cada vez mais a comunicação é feita entre a marca e o consumidor sem o intermediário do jornalista.



IM: Qual o maior desafio das “Relações Públicas Sem Croquete”?
RP:
Um dos desafios foi puxar a área mais para cima. Fala-se muito em marketing, em publicidade e de relações públicas fala-se pouco e quando se fala, fala-se mal. E daí, com um livro ligeiro, com linguagem acessível, com conceitos claros, com uma leitura perfeitamente acessível e fácil quero esclarecer o que são as RP e quais os grandes desafios para o futuro.

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