2 de novembro de 2007

Dossiê

Desde há duas décadas o uso de cenas eróticas ou mesmo sexuais para vender produtos começou a ser uma constante. A sexualidade é considerada uma das ferramentas mais poderosas do marketing. Estudos da especialista em marketing research Gallup & Robinson apontam para que o sexo seja uma das técnicas mais eficazes da publicidade, tendo de ser manuseada com muito cuidado:

 

“…apesar de ser uma das mais perigosas para o publicitário. Marcado pelos tabus e as atitudes voláteis, o sexo é uma técnica publicitária com Código Vermelho… para usar com cautela… e ter atenção à forma como vende; o que torna tudo isto muito mais intrigante.”

 

Veja aqui a opinião do Director criativo da campanha Super Bock sobre alguns anúncios polémicos.

 

O uso do sexo na publicidade pode ser mais ou menos subtil. Desde cenas de simulação efectiva de um acto sexual até à insinuação de formas muitas vezes usada pela industria dos cosméticos. E engane-se quem associa o uso da sensualidade apenas à imagem. Vozes quentes e aveludadas emanam sexualidade e vendem produtos.

 

O corpo e o sexo é muitas vezes associado ao humor na venda de produtos. Essas publicidades costumam ser bem aceites. Veja aqui.

  

O uso do imaginário sexual na publicidade incendiou consciências. Conservadores, religiosos e até movimentos feministas consideraram algumas experiências publicitárias obscenas.

 

  O coro de criticas subiu de tom, quando a publicidade começa a explorar tendências androgínicas ou homo-temáticas.  Neste domínio, Clavin Klein esteve à frente do seu tempo. Os anúncios da marca eram mais do que um exercício de estilo. O estilista garante que  “Os jeans têm tudo a ver com sexo. A abundância de carne viva é a mais recente forma de os publicitários darem uma nova identidade aos produtos.” 

 

 

Mas a exploração do corpo feminino na venda de produtos é inegável. Um corpo torneado ou excessivamente magro é usado para vender um pouco de tudo. Desde sapatos a bebidas alcoólicas. 

 

“As mulheres são dadas a ver como seres inactuantes e sem ocupação profissional”, explica a socióloga Silvana Mota-Ribeiro. “Este é um traço que destingue estas imagens das mulheres de carne e osso, que agem, actuam, que se movem e que trabalham, cujo corpo não é apenas um adorno, mas um veículo para a acção”.

 

Saiba os impactos que este tipo de publicidade tem no público,aqui.

 

Rosemary Betterton, que está à frente do Instituto Britânico de estudos sobre a Mulher, é categórica: “Os media populares ajudaram a disseminar e reforçar visões míticas da mulher como sendo a super mãe ou o objecto sexual, (…) o lugar da mulher é ou na cozinha ou na cama”. Podemos questionar por vezes se as campanhas chegam a ser eficazes. Ou ficam apenas por exercícios de estilo dos publictários? A campanha criada pela BBDO de Berlim para a marca de lingeries Blush é sem dúvida criativa. Mais isso chega? Será que uma mulher comprava roupa interior desta marca? Um filho ofereceria esta lingerie à sua mãe? Ou um homem à sua namorada?

 

Siga as setas…

 

 

 

 




Algumas marcas têm adoptado uma estratégia contrária ao valorizarem a mulher real e alertando para os perigos da industria da imagem. Um exemplo disso é a marca de cosméticos The Body Shop que tem um programa de Self Esteem (Auto-Estima). No mercado da Beleza Real, a Dove também tem somado pontos. A marca aposta dessa forma na responsabilidade social. Conheça melhor a marca numa reportagem do jornalista Fernando Paula. Veja aqui.

 

Oliviero Toscani também usou o habitual tom polémico para se insurgir contra a ditadura da magreza. Em declarações ao Imagens de Marca, o fotografo responde às críticas: “As pessoas que se consideram chocadas com esta campanha são anormais! Não são as imagens que nos chocam, é a realidade!”.  Entre na polémica.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

There are 3 billion women

in the world who don't

look like supermodels,

and only 8 who do”

(Existem três biliões de mulheres

que não se parecem com modelos,

e apenas oito o são)

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