António Ferro e a Identidade portuguesa

9 de maio de 2012

António Ferro e a Identidade portuguesa

António Ferro, político português e antigo diretor do Secretariado de Propaganda Nacional (SPN) de Salazar, foi o protagonista da segunda parte de palestras que tiveram lugar hoje na Escola Superior de Hotelaria e Turismo do Estoril, no âmbito da conferência “Turismo em Portugal: Passado. Presente. Que futuro?”.

Os vários convidados presentes fizeram questão de sublinhar a importância de António Ferro para a construção do Portugal turístico. Desde as companhias de teatro que circularam pelo país ao cinema e às pousadas, muitos dos avanços conseguidos na área tiveram o cunho desta figura do Estado Novo.

Manuel Coelho da Silva, membro do Conselho Executivo da Escola de Hotelaria e Turismo, foi o convidado que iniciou a segunda parte do colóquio, fazendo precisamente referência às 4 palavras-chaves do turismo português sugeridas por António Ferro: conforto, higiene, pitoresco e arte. Estes conceitos consagraram toda a política de turismo na procura de uma marca. Ao longo dos anos foi-se criando uma determinada identidade ao turismo português, de forma a marcar a diferença em relação às restantes culturas.

Segundo Manuel Coelho da Silva, identidade passa por “cultura, património histórico, generosidade e autenticidade”. No fundo, e porque se está a falar de Portugal, identidade passa pela maneira de estar dos portugueses.

José Guilherme Vitorino, professor na Universidade Autónoma de Lisboa, prosseguiu os trabalhos realçando “o legado de António Ferro em prol do turismo”. Comissário-geral das exposições internacionais de Paris, em 1935, e de Nova Iorque, em 1938, fundador do Museu de Arte Popular, e secretário-geral da Exposição Histórica do Mundo Português, em 1940, Ferro desde sempre manifestou, tal como esclarece José Guilherme Vitorino, um interesse especial pelas oportunidades inexploradas pelo pitoresco português, pretendendo “elevar a qualidade turística portuguesa, imprimindo valores que tinham como objetivo o despertar para uma consciência turística”. A defesa da paisagem natural, a proteção do património, a preservação dos usos e tradições do interior, em suma, a preservação de uma especificidade portuguesa, foram aspetos pelos quais o político se debateu ao longo dos anos.

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Francisco Branco.

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