Quatro em cada dez dos indivíduos com menos de 30 anos nunca lêem jornais. Já dos que afirmam ler, cerca de metade ficam-se apenas pelos títulos. São estes alguns dos dados revelados pelo o Estudo de Recepção dos Meios de Comunicação Social, realizado pelo ISCTE, que entre outras conclusões afirma que “a leitura não faz parte dos hábitos quotidianos de grande parte dos portugueses”, tal como cita o Jornal de Negócios.
Os dados apontam que 40 por cento dos inquiridos com menos de 30 anos, bem como 70 por cento dos que têm idades superiores a 64, admitem nunca ler jornais. Números pouco animadores para este sector, tendo ainda em conta que nos jovens que afirmam ler jornais, 30 por cento não passa da primeira página e 44 por cento só liga aos títulos das notícias.
Por oposição, a faixa etária que mais consome jornais, na categoria dos diários generalistas, é a das idades compreendidas entre os 31 e os 50 anos, que regista sempre valores superiores aos 40 por cento.
Uma outra revelação do estudo vai no sentido da selectividade que os leitores apresentam quanto às diversas secções dos jornais. Um factor que regista graus bem mais elevados que no consumo de televisão ou rádio. De acordo com os dados do ISCTE, entre 45 e 62,9 por cento dos leitores de jornais – consoante o segmento – afirma ir directamente à secção que mais prefere.
Já quanto às preferências dos leitores pelos diversos títulos, o Correio da Manhã. Com 32 por cento, e o Jornal de Notícias, com 21,6, são os nomes que mais surgem nas respostas, relativamente aos diários generalistas. Seguidos pelo Diário de Notícias, com 6,9 por cento, e pelo Público, com 4,1 por cento das respostas.
Independentemente dos resultados, tal como refere o artigo do Jornal de Negócios, o estudo sublinha ainda que deve ser tido em conta o “efeito de desejabilidade social” nas respostas dos inquiridos. Ou seja ponderar as respostas dadas “da forma julgada mais conveniente” e que “tende a favorecer os títulos de jornais mais favorecidos”. AB
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