O empreendedorismo e as marcas

16 de março de 2012

O empreendedorismo e as marcas

Por João Baluarte, Managing Partner da Brand Finance Portugal, Espanha & Palop’s

É cada vez maior o chamamento à criação de condições para o desenvolvimento do empreendedorismo em Portugal. As razões são simples: contexto de crise, desemprego e uma relativa falta de competitividade motivam a necessidade desse desenvolvimento.

Os aspectos culturais, de tradição, da nossa “latinidade” têm, de alguma forma, impedido a “propensão ao risco”, característica comum à maior parte dos empreendedores. A forma como se avalia o insucesso de um projecto empreendedor e a carga excessivamente negativa que encerra junto da sociedade, são também uma barreira psicológica e muitas vezes formal ao desenvolvimento de uma cultura que promova o empreendedorismo. Ao invés por exemplo, a tradição anglo-saxónica, encara o insucesso como um processo de aprendizagem, que permite a diminuição do risco em projectos posteriores.

No entanto, a abertura ao mercado global, em particular das nossas empresas e universidades, com a necessidade permanente de inovação e desenvolvimento, tem permitido uma inflexão nestas percepções, apesar da escassez de recursos financeiros vitais ao desenvolvimento de qualquer novo projecto.

Mas qual é, afinal, a importância das marcas e da sua correcta gestão num processo de empreendedorismo?

Marca  é a relação entre a identidade de um produto ou serviço e o seu consumidor, logo a tentativa de desenvolvimento de um novo produto, processo, patente ou serviço que não tenha em atenção esta relação está, naturalmente, condenada ao fracasso. Apesar de parecer uma verdade “lapalissiana” é certo que, muitas das vezes, o processo de inovação dá apenas enfoque à funcionalidade em detrimento da tentativa de a conjugar com outros atributos como a emoção, a notoriedade ou a preferência. A busca da forma como potenciar estes atributos deve estar presente no primeiro dia do desenvolvimento de um projecto empreendedor. Plano de negócios que não contemple esta vertente, e que não declare de forma assertiva como o pretende atingir está incompleto e deverá merecer uma crítica por parte de quem o analisa, seja o familiar que também participa no projecto, seja o business angel  ou a capital de risco que o suporta financeiramente.

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