O crescimento da visualização de vídeos online parece imparável e as últimas notícias apenas reforçam essa mesma inevitabilidade e a velocidade a que está a substituir os meios tradicionais. Desde o grande crescimento do Facebook nesta área, apenas atrás do Youtube a nível mundial, aos números impressionantes da cobertura online dos Jogos Olímpicos revelados recentemente pela BBC e pelo Youtube, ao primeiro milhão de utilizadores no Netflix no Reino Unido (conta já com mais de 23 milhões nos EUA e Canadá), ou ao enorme sucesso do Meo Go! em Portugal, as evidências apontam todas para um crescimento cada vez mais rápido nesta área e que será reforçado pelos últimos avanços tecnológicos, quer do lado do acesso, com a democratização da fibra óptica e do 4G, quer do lado dos equipamentos, com a proliferação de tablets e smartphones com écrans cada vez maiores.

Este crescimento apresenta uma enorme oportunidade para os marketeers mas implica também um ajuste significativo na forma como abordamos a publicidade para estes formatos, não só porque os conteúdos são consumidos essencialmente de forma não linear (ie não são vistos a uma determinada hora num determinado canal mas sim quando o utilizador os procura), mas principalmente porque os conteúdos são consumidos em contextos diferentes (sites diferentes, a horas diferentes, partes diferentes do conteúdo, etc) e, naturalmente, com uma maior capacidade de interação do que a obtida hoje através da televisão. A novidade não será tanto a oportunidade de interagir com o consumidor mas sim o volume de conteúdos de vídeo que já hoje é visto online e que foi apresentado no passado como um dos principais óbices a uma aposta mais forte e a uma maior alocação de budgets de marketing. Com vídeos em Portugal a atingirem centenas de milhares de visualizações e transmissões em direto na internet com mais espectadores do que alguns canais de televisão a dimensão já hoje claramente justifica uma abordagem especifica e cuidada que permita tirar o maior partido das potencialidades que esta alteração de padrões de consumo abre.