Terá a Meo os dias contados?

28 de Outubro de 2014 em Opinião

Terá a Meo os dias contados?

Certamente muitos, como eu, se interrogam frequentemente sobre que razões e motivos poderão não perpetuar as instituições e organizações com as quais convivemos ao longo das nossas vidas. O que as pode fazer mudar? O que as pode fazer desaparecer? Quem as pode fazer derrubar sabendo que são tão grandes e poderosas?

Creio que este ano nos ajudou a perceber que não há, mesmo, marcas e organizações eternas por maiores, mais sólidas e poderosas que sejam ou por mais meios e recursos que pareçam ter.

2014 vai ficar marcado pelo desaparecimento repentino de um banco nacional cujas origens remontam há quase 150 anos; o abalo nos alicerces de confiança, reputação e credibilidade foi tal que hoje em dia falar de Espírito Santo, por mais contraditório que seja, é como falar de Satanás, tal o dano que os seus gestores lhe causaram…e os primeiros sintomas começaram nos clientes mais prevenidos que com uma antecipação que agora muito devem agradecer, começaram lentamente, mas de forma contínua, a abandonar o banco, a retirar de lá as suas poupanças e investimentos e a procurar refúgio mais seguro noutras instituições financeiras.

O ano ainda não acabou e, ou muito me engano, ou começou a ser traçado o caminho que levará à queda da Meo, por arrasto e arraso do que afecta a “mãe PT”. O abalo de credibilidade da empresa PT tem sido forte; a crise de Liderança apareceu e o carisma das cúpulas desapareceu; a solidez, outrora de inquestionável abalo, é hoje um castelo de cartas à mercê dos humores de uma qualquer brisa que se levante; os accionistas outrora unidos e alinhados estão hoje desavindos e ansiosos; no meio de toda esta convulsão está a marca Meo – a maior fonte de receitas da empresa.

Pouco a pouco a indefinição do topo vai afectando a actividade da marca principal, e a Meo tenderá a perder quota, a perder clientes e a perder vendas. Não estão afastados os cenários de compra por parte de outros operadores ou de uma eventual diluição por entre estruturas de potenciais novos accionistas o que ainda mais abala a segurança da empresa e os valores da marca; palatinamente os contratos não são renovados pelos grandes clientes; as campanhas mediáticas tendem a desaparecer por ausência de estratégia corporativa e com elas desaparecem, também, as mobilizações massivas de novos clientes; os serviços tenderão a ficar menos eficazes e, com menos clientes, cada vez estruturalmente mais onerosos enfim, uma série de indicadores que nos fazem pensar se a Meo poderá ter os dias contados…

URL do artigo: http://imagensdemarca.sapo.pt/entrevistas-e-opiniao/opiniao-1/tera-a-meo-os-dias-contados/
Copyright © 2012 Imagens de Marca. Todos os direitos reservados.