Responsabilidade e Necessidade

4 de março de 2016

Responsabilidade e Necessidade

Pedro Manuel Monteiro Machado, Presidente da Entidade Regional Turismo do Centro de Portugal

O Secretário-geral da Organização Mundial Turismo, Taleb Rifai, no discurso na sessão de abertura da ITB 2015, em Berlim, ressaltou a forma como o turismo e as revoluções tecnológicas estão a “moldar” a nossa sociedade e como a tecnologia está a mudar próprio setor do turismo. A este nível, destacou três principais tendências: o aparecimento de novos modelos de negócio, o apelo à responsabilidade e a necessidade de responsabilidade partilhada.

A assunção de que vivemos na Era da Globalização, das novas tecnologias, do online, do acesso imediato à informação, tem subjacente um conjunto de (consideráveis) vantagens e algumas (sérias) desvantagens. E nesta “Aldeia Global”, a característica mais marcante assume-se como o conjunto de sinapses, de ligações, de elos, uma teia que liga tudo e todos, a velocidades cada vez maiores, com cada vez mais eficácia.

As novas tecnologias surgem com um papel facilitador, e revolucionam, de sobremaneira, a forma como as pessoas comunicam e se relacionam. Hoje em dia, é perfeitamente normal que duas pessoas comuniquem, por chat, em tempo real, estando em diferentes locais do planeta, prova máxima do poder da tecnologia na construção de pontes entre os povos, promovendo o contacto entre pessoas de diferentes culturas e origens. É portanto normal que a forma como se fazem negócios e se estabelecem parcerias, assuma novos contornos.

E é neste contexto, de uma maior competitividade e agressividade na promoção dos produtos, dos serviços, e dos destinos que o turista/consumidor se move, se interessa, experimenta, conhece, decide e vive.

Se por um lado, é cada vez mais fácil a transmissão de informação aos consumidores, também eles têm acesso a mais informações e oportunidades para expressar suas opiniões. A este nível, um consumidor satisfeito pode funcionar como o maior embaixador de um serviço, de uma experiência. Pelo contrário, é verdadeiramente considerável o efeito multiplicador da opinião de um consumidor insatisfeito.

Também no Turismo este é um “jogo” do “tudo ou nada”, atendendo ao contexto de enorme competitividade, onde a satisfação do turista se torna crucial, e onde existe apenas uma oportunidade para causar uma boa impressão.

Ainda de acordo Taleb Rifai, “para além de palavras e de slogans, os destinos e as empresas, devem encontrar formas de se adaptar e construir a sua marca, assente em ações concretas e relevantes”. Sobre isto, concretizaria em três notas:

  1. A importância de se montar uma estratégia de comunicação e de marketing, que permita alavancar de forma sólida e consistente a marca e sua notoriedade;
  2. Garantir honestidade em todo o processo, em particular, que se garanta a coerência entre as expetativas que se pretendem criar no consumidor e a realidade da experiência. Missão? Superar todas e quaisquer expectativas, a fim de se gerar satisfação e lealdade;
  3. Estruturar o destino, os produtos estratégicos, assente num trabalho de profícua parceria, entre instituições públicas e privadas e, sobretudo, atendendo a princípios de excelência, que só se atingem com trabalho sério e dedicado, revestido da máxima qualidade e a diferenciação a todos os níveis.

O princípio estruturante deste trabalho de construção de destinos, de marcas, de experiências, deve ser, sobretudo, um: o da coerência. E que essa coerência seja a resposta clara, inequívoca e positiva às expectativas do turista.

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelas
Loading ... Loading ...

Comentários (0)

Escreva o seu nome e email ou faça login com o Facebook para comentar.