Reinventar para captar a atenção dos consumidores

1 de agosto de 2017

Reinventar para captar a atenção dos consumidores

Alberto Rui Pereira - CEO / IPGMediabrands Portugal

A indústria de media vive tempos desafiantes. Num curto espaço de tempo enfrentámos uma profunda mudança de paradigma na forma como o mercado, as agências e os meios abordam o negócio. O acesso a dados – ou usando a expressão mais comum, o conhecimento de Data – e a tecnologia, em contínua evolução, continuam a transformar a relação entre as marcas e os consumidores, desafiando anunciantes, agências e os seus parceiros de media a conseguir causar uma last impression, aquela que faça a diferença e que se torne memorável na mente dos consumidores. Nos próximos anos veremos esta tendência evoluir na mesma medida da capacidade de inovação na captação da atenção do consumidor.

Não é novidade dizer que os hábitos de consumo de media mudaram e que estão hoje muito mais fragmentados. O consumidor assumiu o controlo do que quer ver, em que momentos e através de que dispositivo e plataforma o quer fazer. Por outro lado, o aumento da utilização dos bloqueadores de anúncios, ou ad blockers, demonstra bem o desafio que as marcas e os meios têm pela frente para passar mensagens, num curto espaço de tempo, e conseguindo manter o interesse dos utilizadores no conteúdo. Para atingir este objetivo é necessário que os conteúdos sejam cada vez mais customizados, adaptados às diferentes plataformas e que se revelem atrativos ao ponto de manter o interesse dos consumidores na sua mensagem.

Como o fazer? Nos últimos tempos, por exemplo, têm sido desenvolvidas várias tecnologias que permitem explorar o conhecimento analítico de Data, o que tem permitido identificar os diferentes tipos de consumo de media, desde o consumo em multiplataformas, aos momentos e oportunidades de contacto pertinentes para comunicar com o target neste ecossistema de media cada vez mais complexo e em permanente mutação. É graças a este tipo de conhecimento que as marcas conseguem hoje estabelecer um tipo de envolvimento muito mais profundo com os seus consumidores. Através do recurso à Inteligência Artificial é possível desenvolver serviços ao cliente com capacidade de resposta mais rápida e personalizada, permitindo inclusivamente aferir o sentimento dos consumidores em relação às marcas e aos seus produtos no imediato. Este tipo de avanços abre uma janela de oportunidade até aqui desconhecida, que tem permitido diversas afinações, tanto do lado dos marketers como do lado dos seus parceiros, na identificação do público-alvo, da mensagem-chave e do momento-chave, com impacto direto no investimento de media que se pretende cada vez mais eficiente.

Por outro lado, os avanços tecnológicos e de conhecimento de data também forçaram o desenvolvimento de novos formatos como os social feeds, formatos nativos ou o uso da realidade virtual e/ou aumentada. Todos eles focados no combate à fragmentação e diminuição da atenção dos utilizadores, contribuindo para a disseminação da mensagem de forma única e cada vez menos intrusiva, para ser cada vez mais interativa.

Os dados de campanhas, de utilizadores, de consumidores devem ser utilizados em seu benefício, permitindo que as mensagens cheguem aos destinatários certos. Hoje em dia temos o conhecimento e a tecnologia necessária para que este processo aconteça de facto. Cabe a toda a indústria ter a capacidade de reinventar a forma de impactar e conquistar a atenção dos consumidores. Chegou o tempo em que o importante não é contar impressões mas antes conseguir estabelecê-las eficazmente.

Alberto Rui Pereira – CEO / IPGMediabrands Portugal

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Por Alberto Rui Pereira

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