Os próximos 12 meses nos espaços culturais

19 de janeiro de 2016

Os próximos 12 meses nos espaços culturais

Miguel Rangel, Director Comercial, Desenvolvimento e Comunicação da Fundação de Serralves

Os inícios do ano são sempre propícios a projeções sobre o que podem ser os 12 meses seguintes nas mais variadas áreas. Neste texto, e de forma muito objetiva, tentarei enumerar aquelas que entendo podem ser as tendências para este ano no universo dos espaços culturais.

1. visita de conveniência: os formatos de cultura que apostem na comodidade, rapidez e facilidade de acesso vão ser relevantes pois podem ocupar momentos no dia-a-dia de cada um de nós que antes não eram ocupados com este tipo de atividade; exemplos – visitas no início da manhã antes do trabalho, visitas no fim de tarde pós-trabalho ou no intervalo de almoço;

2. sustentabilidade dos negócios: a necessidade auto-sustentabilidade dos negócios culturais é cada vez mais uma certeza do que uma tendência. As relações com suportes públicos de receitas têm uma volatilidade que as instituições não podem suportar por isso estas têm que encontrar modelos de se protegerem das mudanças cíclicas que podem ocorrer;

3. Os influenciadores continuarão a manter-se relevantes: apesar disto estão cada vez mais parecidos connosco. Os “prescritores” já não são famosos nem especialistas, são pessoas como nós. O perfil que mais influencia os nossos hábitos culturais são “o vizinho da porta ao lado ou da rede social”.

4. Millennials: tal como noutras áreas de negócio, os consumidores atuais são nativos digitais, que determinam padrões e definem novas formas de consumo cultural.

5. Do virtual para o real e vice-versa. O consumidor de cultura transita facilmente de um canal para outro, no entanto creio que experiência de visita ainda supera a alternativa digital de consumo cultural; apesar disto é importante para os espaços desenvolverem, cada vez mais, programação que construa momentos intransponíveis para o universo digital, como pode ser o caso da Performance – um bom exemplo disto é o novo espaço da Tate Modern em Londres que reserva uma maior fatia da sua área expositiva para Performance revelando que os espetáculos ao vivo podem ser um eixo de diferenciação e de combate à virtualização da experiência cultural.

Certamente muitos outros fatores influenciarão o consumo de espaços culturais ao longo deste ano, mas estas pistas poderão irão certamente condicionar estas áreas de negócio.

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelas
2 votos
Loading ... Loading ...

Comentários (0)

Escreva o seu nome e email ou faça login com o Facebook para comentar.