Os Novos Tempos Tendem para os Velhos Tempos

10 de Março de 2017 em Opinião,Opinião

Os Novos Tempos Tendem para os Velhos Tempos

Ao contrário do desenvolvimento tecnológico, que avança com constante inovação, normalmente com objetivo de facilitar a vida humana e/ou de lhe dar mais prazer; a Sociedade começa a procurar, do pondo de vista politico e económico, uma realidade semelhante aos velhos tempos.

A afirmação anterior não é uma tendência que possa provar cientificamente, antes reside numa intuição fundada em alguns sinais:

  • O valor e o modelo de multinacionais apresentam-se em queda;
  • Os políticos e as organizações que criaram o sistema capitalista pós II Guerra Mundial não só não respondem com eficácia aos problemas económicos e sociais atuais como, em muitos casos, são a causa desses problemas;
  • O regresso a realidades políticas e sociais anteriores à denominada globalização, isto é ao protecionismo, de que são exemplo o Brexit e a eleição de Trump;
  •   Uma preferência por consumo vintage, quer do ponto de vista de recuperação de marcas, quer de modelos.

O marketing e as marcas não ignoram esta realidade que constitui uma dupla oportunidade: por um lado o retorno ao clássico, por outro a possibilidade de alavancar a sua credibilidade através do cumprimento de uma função social.

No retorno ao clássico temos o exemplo da comemoração dos 90 anos de Super Bock [1] recuperando uma embalagem e imagem clássica/vintage.

No que respeita à credibilidade, temos o exemplo da campanha da Stela Artois [2] relativamente à Global Water Crisis.

Esta campanha é um exemplo paradigmático de que as marcas estão a cumprir funções sociais, para as quais as organizações politicas não tem capacidade de resposta. A ineficácia de organizações e de políticos, conjugada com uma consciência empresarial de necessidade de partilha de valor, muito bem identificada e explicada por Michael Porter [3], coloca as marcas e as empresas num patamar de credibilidade e de responsabilidade que há muito não tinham.

Para aproveitar este valor precioso, as marcas necessitam de transparência nas suas intenções e de realizar ações que realmente partilhem valor.

Esta é uma oportunidade para procurar a diferenciação num papel social, identificando lacunas na ineficácia dos políticos e das organizações e acrescentando um valor social real que terá de ir além da proposta de valor centrada nos produtos e nos serviços.

Há muito para realizar. Mãos há obra e bom trabalho.

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