Os Fogos e as Marcas Território

18 de Outubro de 2017 em Opinião,Opinião

Os Fogos e as Marcas Território

No passado mês escrevi sobre as marcas território e a arquitetura enquanto elemento configurador da marca e da experiência dos stakeholders. Nesta ultima semana, a relevância das marcas território cresceu significativamente, uma vez que estas sofreram uma massiva destruição de vidas e de valor, facto que justifica voltar ao tema; desta vez com enfoque nos fogos, o elemento destruidor de valor.

Se a arquitetura é muito relevante em território urbano, a natureza, mormente a floresta é o em território rural. O papel da natureza é, como a vida, múltiplo. Esta não só faz parte de um ecossistema que permite o desenvolvimento e manutenção da vida, como ainda é um elemento essencial para o desenvolvimento da atividade económica, seja ela agricultura ou turismo.

Já desde os anos 90, com o relatório Porter, que se sabe da importância de alguns clusters agrícolas (vinho e floresta) para economia nacional. Por exemplo, no cluster do vinho, a marca território é muito relevante, uma vez que a região configura as características do produto e por isso é uma das variáveis de decisão de compra.

No que respeita ao turismo, atividade que tem sido um dos motores da economia nacional, este tem vindo a crescer no espaço rural (segundo o Pordata a oferta subiu 30% nos últimos 10 anos), mas muito ainda existe para crescer na dinamização dos nossos recursos naturais.

Os fogos que assolaram Portugal, foram uma desgraça que ceifou vidas e destruiu o tecido económico. Os efeitos destruidores são, do ponto de vista da natureza, muito semelhantes ao de uma guerra.

Depois de tal nível de destruição, o País (sociedade e estado) apenas tem como alternativa a reconstrução. É aqui que está uma enorme oportunidade de geração de valor. Se trabalharmos de forma integrada, alavancando os elementos diferenciadores das nossas marcas território, concretizamos oportunidades de mercado e melhoramos Portugal.

É pois importante garantir não só a sustentabilidade ambiental, mas também reconstruir por forma a estender a atratividade turística de Portugal a todo o seu território, garantindo infraestruturas, oferta atrativa e paisagem atraente e tranquilizante.

Em respeito à memória dos que pereceram nesta desgraça, temos a obrigação de transformar a dor numa oportunidade e construir um País melhor. Mãos à obra.

António Jorge, Consultor, Executivo e Docente Universitário

 

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