2 de junho de 2008

Opiniões que Marcam

Ver o programa Imagens de Marca – Açores, aqui.


 


 


A marca dos Açores foi desde sempre uma intensa história de coragem, inteligência e, claro, de meninas do mar.


 


Em meados do séc. XVlll, os robustos camponeses do Faial e do Pico partiram à procura de uma vida melhor, começando por integrar as tripulações dos baleeiros Americanos que aqui faziam escala.


 


As suas qualidades rapidamente se destacaram; foram verdadeiros heróis da dura realidade do mar e personagens ficcionados das histórias de Hermann Melville, célebre autor de Moby Dick.


 


As baleias, como vulgarmente lhes chamamos, ajudaram a criar um povo que sempre recusou a matança sem luta, procurando, neste modo de vida marcado por uma intensa força de sobrevivência, a coragem e a perícia para vencer, sem nunca ter perdido o respeito por estas imponentes bailarinas do mar.


 


Hoje, felizmente, a caça à baleia vive nos sonhos dos antigos baleeiros. O último cachalote dos Açores foi apanhado em 1987, mas a relação homem-animal em tempos construída não se perdeu.


 


Nenhum outro país foi capaz de transformar a sua tradição baleeira num tão rico património, pela concretização de várias estruturas museológicas únicas no Mundo: o Museu dos Baleeiros e o Centro de Artes e Ciências do Mar, nas Lajes do Pico, o Museu da Indústria Baleeira, em São Roque, e a Fábrica da Baleia de Porto Pim, no Faial, que irá inaugurar no verão de 2008 e será o 1º Aquário Virtual dos Açores.


 


Actualmente, Portugal é considerado um exemplo de referência internacional, bem como um dos pólos antropológicos e etnológicos mais valiosos do Planeta, em matéria de cultura baleeira.


  


Mas a nossa história baleeira, que deixou inúmeras marcas na terra e é parte integrante da identidade cultural dos Açorianos, não é apenas uma memória, está bem viva e continua a escrever-se no mar.


 


Orientados pela experiência de anos, os barcos continuam a arriar ao sinal de “baleia à vista”. O Whale Watching recontextualizou a relação secular de respeito para com estes animais.


Os arpões deram lugar às máquinas fotográficas e a caça às baleias foi substituída pelo turismo de observação que, para além de ser mais lucrativo, é uma forma inteligente de preservar esta dádiva da natureza.


 


Esta actividade, existente em 87 países, revela crescimentos anuais superiores a 10% e atinge, em termos mundiais, números impressionantes: mais de 20 milhões de observadores e receitas superiores a 2,5 biliões de dólares.


 


Os Açores estão entre os “5 top spots of the world”, alojando nas suas águas a maior diversidade de cetáceos do Atlântico Norte, com mais de 26 espécies, entre as quais a raríssima baleia azul, com os seus quase 30 longos metros.


 


Os Açores são, no seu todo, uma preciosíssima “national equity”. Quis, no entanto, trazer aqui as nossas baleias, as nossas “meninas do mar” que, para além do imenso potencial económico que representam, têm um simbolismo particular.


 


Barco em direcção ao horizonte. Horas de indefinição. Será que sim, será que não? Um risco que se corre na esperança de ver o indescritível.


 


E tudo se pode resumir a 14 minutos. 14 privilegiados minutos de repuxxxxxxxo, silêeeeeeencio, repuxxxxxxxo, silêeeeeeencio, repuxxxxxxxo, silêeeeeeencio.


 


Uma baleia de verdade, mesmo ali à nossa frente. Enorme, imóvel como uma rocha que veio à superfície respirar e, 14 minutos depois, o adeus imponente da cauda que ela eleva e o céu agarra por alguns instantes.


 


A nossas meninas do mar assim nos falam e a todos, em particular a este povo de baleeiros que outrora soube fazer do arpão o pão, deixam uma mensagem implícita.


 


“O mar é a razão de ser dos Açores!” disse Avelino de Freitas de Meneses, reitor da Universidade dos Açores. Eu diria que o mar é a razão de ser de Portugal.


Por isso, quem sabe, estes indescritivelmente sexy 14 minutos, oferecidos pelas nossas meninas do mar, sejam o tempo que baste para fazer prosperar a marca destas ilhas; Sejam tempo que baste para acreditar que o futuro da nossa economia, o futuro das nossas marcas passa pelo investimento na preservação, recontextualização e divulgação das imensas riquezas endógenas.


 


Os “rabos” das nossas meninas, que a esta imensa planície azul continuam a vir dançar, são uma das mais importantes marcas deste grupo central das ilhas dos Açores, representando um Portugal Sexy a que todos aspiramos e nos deveremos empenhar em construir.

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelasPor Carlos Coelho, Presidente Ivity Brand Corp

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