11 de abril de 2008

Opiniões que Marcam

O mundo parte-se a rir quando um rico e poderoso é apanhado numa de “sex, money and rock and roll”. No caso de Eliot Spitzer, um homenzinho odioso que fazia profissão da sua suposta superioridade moral, foi ainda mais saboroso. Ser apanhado em vídeo, em cenas certamente excitantes com uma menina com o delicioso nome de Miss Duprée, é algo a que nem os seus maiores inimigos podiam aspirar. Foi-lhe muito bem-feito, digo eu. Aprendeu de uma vez por todas que é na aceitação das suas fraquezas que a humanidade encontra a sua força. Por isso mesmo Bill Clinton não faz parte deste título: nunca pretendeu ser perfeito e assim o entendeu o povo americano que lhe perdoou o “pecadillo” e ainda hoje se revê nele, para sempre imaturo.


 


O caso de Max Mosley é meramente hilariante: filho do fundador do movimento fascista inglês durante a segunda guerra mundial, seu pai casou na casa do temível Goebbels e mesmo Hitler esteve presente como convidado de honra à cerimónia. Num “fast-forward” alucinante, Max Mosley vem agora reencarnar as fantasias paternas e, de chicote ora na mão, ora no próprio rabo, grita incitações em alemão, pontuando a sovata com inflamados “ein,zwei drei…”. A cena termina com as meninas, vestidas às riscas de prisioneiras, a perguntarem-lhe se deseja um pouco de vinho ao que ele responde, muito à inglesa, “some tea with be fine, thank you”. E lá está ele, em pelota, a saborear o chá das cinco….


 


Mas Mosley não aspira à pureza. Accionou judicialmente o News of the World e, para quem o quis ouvir, afirmou: “Se tivesse sido apanhado a conduzir embriagado submeteria a minha demissão (de Presidente da FIA). Mas, se é verdade que os meus actos podem desagradar a alguns, eles são perfeitamente legais e foram praticados no foro da minha esfera privada., à qual tenho todo o direito”.


 


Então e o que é que a publicidade tem a ver com tudo isto?


 


De tão mal vista que é – “Não digam à minha mãe que sou publicitário, ela pensa que eu sou pianista num bordel” – a Publicidade nunca é moralista. Alguns dos seus mais proeminentes nomes eram e são conhecidos boémios, de vida escusa e pouco recomendável, mas deliciosos no seu génio que lhes vem, justamente, desse conhecimento bíblico da verdade que muitos escondem mas eles professam como sua e universal.


 


Raramente me vêm louvar os publicitários. Mas aqui o faço de forma sincera pois pelo menos nisto sim, nos podemos reclamar de uma superioridade moral: a que decorre de sabermos que todos somos iguais.


 

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