8 de abril de 2008

Opiniões que Marcam

A Internet é hoje em dia um espaço de conversas, e muitas delas são sobre marcas, produtos ou empresas. A partir do momento em que se torna cada vez mais fácil para qualquer pessoa criar conteúdo em rede, e quando existem blogs que chegam aos milhões de leitores únicos por mês, essas conversas começam a ter um alcance que pode construir ou danificar reputações.


 


Em 2005, um blogger descontente conseguiu causar danos tremendos na imagem da Dell, obrigando o gigante informático a repensar toda a sua comunicação com o exterior. Hoje, a Dell conta com um Chief Blogger responsável pelos conteúdos de quatro blogs corporativos, que lidam com milhares de visitantes diários e estabelecem uma relação mais próxima com clientes, accionistas e o público em geral.


 


O caso da Dell é um bom exemplo, mas ainda não é paradigmático no meio, sendo curioso notar que as Relações Públicas, ao contrário do Marketing e da Publicidade, têm sido menos criativas e arrojadas na relação com estas novas formas de expressão, pecando por omissão ou pela forma desastrada que revelam quando agem. Os casos recentes da Target nos Estados Unidos ou da Optimus em Portugal têm demonstrado isto.


 


A explicação para este desfasamento será uma combinação de opções estratégicas, ignorância e algum receio de exposição de uma indústria que tem estado confortável a operar nos “bastidores”.


 


É óbvio que nem todas as empresas terão de ter blogs corporativos ou de criar um perfil no Facebook. O mais importante será perceber o meio e como comunicar de forma eficaz com estes novos interlocutores. O modelo de transmissão massiva de comunicados de imprensa não se coaduna com os chamados Social Media. Há que dedicar tempo para conhecer quem está do outro lado e considerar se faz sentido estabelecer uma relação baseada na confiança, na transmissão de conteúdo relevante e num uso adequado das ferramentas disponíveis.


 


A alternativa poderá ser a resposta pública de Chris Anderson, o autor da Cauda Longa e Chief-Editor da Revista Wired, aos assessores que lhe bombardeavam a caixa de correio electrónico com mensagens irrelevantes, o já célebre: “Sorry PR people: you're blocked”.

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