O imediatismo e a omnicanalidade dos media…  What´s next?

1 de julho de 2016

O imediatismo e a omnicanalidade dos media… What´s next?

Rogério Canhoto, Professor Convidado dos Mestrados Executivos do ISCTE e da Universidade Católica

Nas ultimas semanas assistimos a vários fenómenos mediáticos, que colocam muita coisa em perspetiva no que concerne o status quo dos media. Posso elencar dois momentos marcantes na nossa vivência europeia, que demonstraram como os hábitos de consumo de informação estão a alterar-se profundamente.

Por um lado, numa vertente político-económica, o referendo efetuado em torno do Brexit. Por outro, numa vertente desportiva, o efeito do Euro 2016.

Os que acompanharam o primeiro ao detalhe, tiveram acesso a comentários políticos de ambas as facções através dos principais canais de TV, acompanharam os inquéritos online através do Facebook, acederam à partilha de vídeos dos momentos mais marcantes das campanhas através do Youtube, e consultaram os comentários de cada um dos principais protagonistas através do Twitter. Logo de seguida, no pós-referendo, assistiram novamente a uma catadupa informação proveniente das mais variadas fontes. Tudo isto, numa mescla intensa de informação que, de uma forma mais ou menos estruturada, permitiram a todos os interessados, acompanhar o tema minuto a minuto e formar a sua opinião.

Na vertente desportiva, basta atentar ao que se passa no antes, durante e depois de cada jogo. Os principais canais de televisão a acompanharem em direto a preparação das equipas e a entrevistarem os adeptos, a APP da UEFA EURO 2016 que permite saber ao instante os detalhes do jogo, as novidades dos jogadores, das equipas, das classificações e das estatísticas associadas, com notificações a “caírem” na palma da mão. Os posts e os tweets dos jogadores através do Facebook e do Twitter que dão conta das novidades dos bastidores do futebol, permitindo um elevado nível de interatividade e de realismo através deste mix de media.

omnicanalidade 2

Estes são apenas dois exemplos de como o nosso dia a dia se tem vindo a alterar. Na realidade, verificamos que neste novo contexto os consumidores / espectadores / adeptos estão muito mais envolvidos no consumo de informação, utilizando a cada momento o meio de comunicação mais conveniente para o seu objetivo. Na maior parte das vezes a recorreram simultaneamente várias plataformas de acesso (TV, PCs, Tablets, Smartphones), a fazerem multitasking e “fragmentando” a sua atenção.

Esta lógica de comunicação constitui uma alteração profunda de como os media interagem com os seus targets, mas também da forma como os consumidores satisfazem a sua necessidade de informação e de entretenimento. É no perfect match entre ambos que sobressai o valor das marcas da informação, um tema que não tem tido a atenção necessária. Neste ecossistema de múltiplas fontes de informação e formatos de acesso, é esse brand equity que faz a diferença, credibilizando a informação, inovando na forma de a disponibilizar, dando confiança, e motivando o retorno e consulta.

Sem duvida, um dos principais desafios que o ecossistema dos media enfrenta actualmente passa por esta omnicanalidade adaptada à realidade e conveniência de cada espectador. Se a esta adicionarmos a pressão para o imediatismo da informação, acompanhada pela globalidade das fontes de informação, percebemos claramente que nada será como dantes. Caso para perguntar… What´s next?

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