O Dark Side

20 de fevereiro de 2013

O Dark Side

João Geada, King of Lalaland

O Mestre Yoda dizia que o lado negro da força é muito poderoso. Concordo, aliás diria que é bastante mais poderoso, ou pelo menos popular, que o outro lado, o bom e que domina o planeta desde tempos ancestrais. Este lado negro, para as ideias novas e conceitos frescos e diferentes, tem um nome que mais parece uma prequela do que está para vir, preconceito, mas é na realidade uma estrela da morte que destrói qualquer intenção de mudança, inovação e evolução sem dó nem piedade.

O preconceito, que seria bom se fosse uma coisa que antecede um novo conceito, uma espécie de pré-epifania, é na realidade um serial killer de ideias e se não fossem alguns cavaleiros do lado bom, como Wilde e Enstein só para nomear alguns, terem poderes extraordinários, garanto-vos que ainda estaríamos todos nas trevas, a viver em cavernas e a matarmo-nos à bordoada.

É ele que nos impede de tentar um caminho novo para resolver um problema antigo, que nos faz concordar com direitos diferentes para pessoas diferentes e nos torna em cúmplices silenciosos das injustiças, que nos faz pedir para aumentar os logótipos ou chumbar uma campanha porque não gostamos da cor, que nos leva a não pagar aos nossos fornecedores a tempo e horas, não porque não temos o dinheiro, mas porque nos faz acreditar que a sua posse é importante e é ele que nos leva a repetir os mesmos comportamentos, acções e pensamentos, durante toda uma vida, arrastando-nos por uma existência que não deixa marca.

É ele que nos esmaga a empatia e nos deixa incapazes de assumirmos outras identidades e sentir na pele as angustias porque outros passam, quando nos recusamos a fazer as coisas de outra forma, que seja mais justa e eficaz. Ele tolda-nos o raciocínio quando somos sujeitos a ideias de outros e estamos à espera de uma coisa menos ‘disruptiva’ e somos surpreendidos por uma ideia nova que já sabemos que não vamos aprovar. É ele que nos leva a mostarda, o sangue e a testosterona ao nariz quando alguém dispara uma opinião diferente da nossa, por mais bem argumentada que ela seja, ou por mais sentido que faça no enquadramento conjuntural do outro indivíduo.

Já o sociólogo Pareto dizia que a humanidade está dividida em dois tipos de pessoas, que ele denominava por ‘speculators’ e ‘rentiers’. Os primeiros procuram incessantemente novas combinações e novas possibilidades e os segundos querem a todo o custo manter rotinas e status-quo inalterados. Eu chamo-lhes os preconceituosos e os conceituosos. Os primeiros são inimigos mortais de tudo o que mexa com o estabelecido, mesmo que o estabelecido seja abaixo de cão, os segundos são inimigos mortais do abaixo de cão, mesmo que isso mexa com o estabelecido. Como dizia um daqueles deliciosos posts que brotam pela internet a cada nanosegundo, o que está errado, está errado mesmo que toda a gente o faça e o que está certo está certo, mesmo que ninguém o faça, coisa escrita seguramente por um conceituoso, chateado com qualquer finca pé absurdo por parte de um, ou de muitos preconceituosos.

Entretanto as boas notícias são que, segundo a minha experiência, existem dois subtipos de preconceituosos, os genéticos e os preguiçosos. Os primeiros são os que nasceram assim e não há argumentos, experiências ou espancamentos que os façam mudar de ideias. Os segundos são os que se mantém preconceituosos porque não tem grande paciência para se esforçarem para ver as coisas de outra forma, mas quando confrontados com uma experiência traumática, como as que vemos nos filmes, lá acabam por mudar de ideias e abraçar o novo e diferente como o novo velho.

Quero acreditar que a maioria dos preconceituosos são deste segundo tipo, porque se fossemos analisar a coisa em números, eu diria que 99.9% da humanidade é nitidamente conservadora e preconceituosa, o que tornaria o mundo num paraíso para o Dark Side, com países e continentes inteiros a passarem por muitas dificuldades sociais, políticas e económicas, porque as pessoas e os seus líderes, iriam insistir em tentar resolver problemas novos com soluções velhas, e isso não iria correr nada bem, pois não?

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Comentários (1)

  1. engrae7ada a quantidade de coasis que mudam na vida de uma pessoa quando se tem filhos,tais como a perspectiva e opinie3o em relae7e3o a certos aspectos, daed achar que tambe9m he1 assuntos que quem ne3o viu um filho nascer nem devia opinar.e, embora seja completamente tolerante no que toca e0 homossexualidade, os meus amigos homossexuais sabem isto de mim:1. sou heterossexual2. prefiro que o meu filho crese7a e se mantenha heterossexual3. na hipf3tese tre1gica de o meu filho ne3o poder ser criado por mim, pela me3e dele, ou famedlia, prefiro que seja criado por heterossexuais4. o casamento de homossexuais, quero que se foda..5. a adope7e3o, tenham mas e9 juedzinho, que uma criane7a ne3o e9 um animal de estimae7e3o pra se exibir com as outras paneleirices.. desculpem le1!Leididi, pareces o tal poledcia a falar!

    por: Ronaldo,

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