Felizmente existem Empresas que não dão ao cliente o que ele quer…

15 de fevereiro de 2016

Felizmente existem Empresas que não dão ao cliente o que ele quer…

Miguel Caeiro, fundador The Street Brasil

São muito poucas as Empresas que se podem orgulhar de não oferecer o que o seu cliente pede como próximo produto. Orgulhar? Sim orgulhar. A verdadeira inovação e os saltos qualitativos vêm desses momentos de rotura.

Desde a invenção dos primeiros motores de combustão, dos primeiros aviões, dos primeiros telefones, da evolução dos computadores, do walkman ao iPod, nunca a vontade dos clientes foi respeitada. E ainda bem.

Como diria Henry Ford o máximo que os seus clientes expressariam como desejo seria terem cavalos mais rápidos, porque simplesmente nunca sonhariam com o automóvel como alternativa. Steve Jobs não perguntou se as pessoas queriam um iPod, porque simplesmente ninguém saberia como expressar esse desejo antes de ele se materializar perante os seus olhos.

Como diz Jobs, o grande objetivo, a eterna missão do inovador é “ler antes de as páginas estarem escritas”. É saber o que os clientes vão querer muito antes de eles próprios o saberem.

O timing adequado já provou por diversas vezes ser um fator critico de sucesso. Um boa inovação antes do tempo resulta normalmente num enorme falhanço.

Esta combinação de visão, capacidade de inovação, sentido de timing correto, e não menos importante a qualidade da comunicação capaz de criar a necessidade são qualidades e competências de poucos.

Elon Musk sofreu varias derrotas e inúmeros problemas financeiros até muito recentemente ver reconhecido o seu talento e ter êxito nas suas iniciativas, quer no âmbito espacial com a Space-X, quer na gigante indústria automóvel com o revolucionário TESLA. Mais do que o “gadget da moda”, o Tesla fez com que todos os fabricantes, todas as marcas, em todos os segmentos alterassem de forma significativa os modelos de carros que chegaram às concessionárias a partir de agora. Foi o que se costuma designar, um “game changer”.

Dar aos clientes o que eles “pedem” em pesquisas de mercado é fácil, ou pelo menos é comum. Verdadeiramente difícil é oferecer-lhe o que ele ainda não sabe que quer, e que quer desesperadamente.

Empresários de sucesso existem milhares, mas verdadeiros “game changers” são facilmente enumerados por qualquer um de nós, com pouquíssimas variações na lista.

Muitas vezes apelidados de loucos, lunáticos, bi-polares, ditadores, extra-terrestres, estes gestores necessitam de um grau de estoicidade, tenacidade e resiliência absolutamente fora do normal, pois seguramente até o êxito ser reconhecido vão enfrentar barreiras gigantes de conservadorismo, hipocrisia, desconfiança e preconceito que os vão tentar derrubar uma vez atrás da outra.

“If I’d asked customers what they wanted, they would have told me, “a faster horse”!!”

Henry Ford

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Comentários (1)

  1. Felizmente mas… que fazer quando o Cliente merece ser despromovido a Freguês quando perante a oferta de um óbvio “salto qualitativo” por parte da empresa ou profissional contratado responde: “Eu quero assim porque o cliente sou eu!”? “Albarda-se o burro…” ou “Mmanda-se p’ra PQo/aP? show less

    por: Miguel Monteiro,

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