EU no comando da minha marca

13 de Março de 2017 em Opinião,Opinião

EU no comando da minha marca

Cada vez mais a nossa marca, o nosso Eu, tal como percebido pelos outros, é a soma não aritmética da nossa vida nas ruas com a nossa presença digital.

Se até ao aparecimento das redes sociais, a nossa imagem era consequência dos nossos atos físicos, das nossas interações e presença, dos locais que visitávamos, dos nossos diálogos e gestos, das nossas atitudes, e em algumas situações com pouco ou nenhum registo material (gravações, fotos, vídeos) para memoria ou visualização futura, com o advento da internet e mais recentemente da explosão das redes sociais (Facebook, Instagram, Twitter, LinkedIn, Snapchat,…..) todos estes paradigmas se alteraram de forma radical.

Efectivamente com a utilização massiva destas plataformas de comunicação e partilha, todo o processo de gerir e controlar a marca Eu, a nossa imagem, passa a ter contornos completamente diferentes e exige outras competências.

Serão fundamentais ferramentas que ajudem ao desenvolvimento de um conjunto de “skills” e “competences” que nos permitam controlar e ter voz ativa na construção, condução e gerir os riscos da nossa marca, a marca Eu.

A marca Eu é importante desde os bancos da escola até aos mais diversos contextos profissionais, aos contextos de vida amorosa, pelo que não podemos, nem devemos delegar este comando em ninguém.

Observando diversos contextos de desenvolvimento profissional e alguns setores, facilmente se destaca a verdadeira explosão de profissionais que desenvolvem a sua carreira, a sua profissão, o seu talento 100% associado à construção do seu nome. Ou seja, promover o nome implica promover o profissional, e vice-versa. Podemos observar esta tendência nos profissionais de comunicação (bloguers, jornalistas, fotógrafos, escritores, lideres de opinião…), profissionais de alimentação (Chef’s, Nutricionistas…), profissionais de desporto (atletas em varias modalidades, personal trainer….), profissionais de entretenimento (artistas, atores, pivots de informação….), em resumo um conjunto muito alargado de profissionais que constroem a sua carreira através da marca Eu.

O domínio técnico, gestão profissional e cuidada, empenho e investimento pessoal na construção da marca Eu nas redes sociais pode potenciar muito o retorno de negócios nessas carreiras na vida real, mas de igual modo existem muitos perigos associados à má utilização, ou uma utilização menos profissional, pois os prejuízos podem ser fortes e às vezes de difícil reversão.

Se por exemplo um Personal Trainer investe nas redes sociais para tornar conhecida a sua componente profissional e com isso alargar o numero de clientes potenciais e reforçar as suas credenciais de competência e credibilidade, tem que ter consciência de que as pessoas que decidirem segui-lo nas redes sociais estarão a espera de observa-lo nesta faceta da sua vida, e muitos poderão não ter interesse, ou ate julgar descredibilizador da parte profissional, se forem confrontados com imagens e relatos da primeira papa do filho bebe, ou com o problema veterinário do gato ou do cão, ou…..

Acima de tudo a construção da marca Eu deve obedecer a princípios, estratégia e fundamentos muito próximos de princípios de gestão empresariais que orientam as marcas com as quais nos confrontamos diariamente no nosso quotidiano. No mundo ideal cada um de nos teria um “painel de controlo” de como estamos a ser percebidos, de como interagimos, que reações provocamos, como minimizar os erros e os danos negativos, como potenciar os fatos que vemos estarem a resultar, enfim, tudo aquilo que de uma forma ou outra mais empírica ou mais teórica já sabemos fazer no mundo físico.

Esta é seguramente uma das áreas que a breve prazo mais vai progredir, surgindo, não só guias e manuais de melhores práticas, mas também novas ferramentas e novas formas intuitivas e de fácil assimilação, que de uma forma evolutiva irão ajudar milhares, se não mesmo milhões, de indivíduos a realizarem-se mais no âmbito pessoal e profissional através da sua marca Eu, da sua marca única.

Tal como a nossa impressão digital (hoje em dia tão em voga para reconhecimento seguro em smarpthones, interfaces bancários e outros) a nossa marca Eu é única no mundo, representando a nossa identidade na multidão.

Um simples exercício que todos podemos fazer é o famoso “elevator pitch”, ou seja, se eu só tiver o tempo de subir no elevador com alguém (em media vamos assumir algo entre 1 e 2 minutos) para lhe vender a marca Eu, que discurso eu faço, o que eu vou destacar, o que vou esconder, que postura vou adoptar, etc….

Se no mundo dos profissionais liberais já validamos a relevância e importância da gestão da marca Eu, quando olhamos para os profissionais que trabalham em ambiente empresarial rapidamente nos damos conta de igual relevância. Num mundo em que quase todos os paradigmas mudaram, já não nos podemos dar ao luxo de ter aquela visão paternalista de que as empresas vão cuidar de nos, que nos vão proporcionar formação e treinamento, que nos vão proporcionar oportunidades de conhecer outras áreas e outros mercados, e quem sabe outros países, e que tem que ter compreensão se estou a passar uma fase mais negativa, e……

No mundo atual, temos que ser nos no comando, nos a eleger as prioridades, nos a disparar ações proactivas que nos vão posicionar como candidatos a outras experiências, nos no comando a decidir que queremos morar em novas geografias, nos no comando a decidir que precisamos desta ou daquela formação complementar, e se o nosso emprego atual não compreender e não coincidir no mesmo contexto somos nos no comando que temos que procurar alternativas. Ate porque, caso não tenham ainda reparado, todas as empresas são entidades frias, egoístas e com objetivos, e nesses objectivos não esta a paternidade.

“Your Brand is what other people say about you when you’re not in the room. “– Jeff Bezos, Ceo & founder Amazon.

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