Como sobrevivemos ao nosso passado?

12 de Setembro de 2016 em Opinião,Opinião

Como sobrevivemos ao nosso passado?

Que futuro terão os nossos filhos? A evolução tecnológica tem revolucionado o nosso quotidiano a um ritmo crescente e por vezes difícil de acompanhar? Como será o dia a dia dos nossos filhos daqui a 30 anos?

Nascido na grande safra de 68, tive o privilegio de assistir a uma serie de inovações e transformações que impactaram de forma significativa o mundo do trabalho e a vida das famílias.

Os primeiros jogos de consola foram com a ajuda de cassetes no ZX Spectrum, as festas de garagem tinham musica produzida em “aparelhagens” de gira-discos e discos de vinil e quando surgiram os primeiros Walkman da Sony foi a loucura total poder levar a musica connosco para muitos locais.

Já no mundo do trabalho, recordo que quando entrei na Unilever em 91 existia apenas um computador de secretaria para todo o departamento de Marketing, o então fantástico IBM PS1. O Windows 93 foi uma revolução e muito mais fácil de utilizar. Também em 93, e graças ao “ataque” da concorrente Procter & Gamble, ganhamos como ferramenta de trabalho uns dos primeiros telefones portáteis, que apenas funcionavam em Lisboa e no Porto.

Não será necessário recordar a velocidade a que tudo tanto mudou ate aos dias de hoje, em que dificilmente imaginamos o nosso quotidiano sem Internet, sem redes sociais, sem smartphone, sem a informação que depositamos na “nuvem”, sem tantas ferramentas que simplesmente não existiam pouco mais de duas décadas atrás.

Pai de 3 adolescentes discutimos amiúde em família o bizarro que eles consideram ter sido a nossa juventude sem o que hoje eles consideram imprescindível, e de igual modo debatemos em forma de especulação como será o futuro deles, a realidade “normal” que eles terão a disposição enquanto adultos de 2030.

As grandes apostas familiares vão para carros sem rodas, extinção do dinheiro físico, eletrodomésticos auto suficientes (desejo forte de alguns membros), e claro internet verdadeiramente rápida.

A estes ouso acrescentar a extinção dos media com programação pré-definida substituído por conteúdo on-demand (modelo já introduzido por sistemas como Netflix) e com controlo total pelo usuário, a quase universal extinção do papel enquanto suporte de conteúdo (faturas, contas, extratos, talões, bilhetes) e mesmo enquanto ferramenta de estudo e trabalho, substituído por ferramentas digitais. A revolução dos combustíveis, com adoção dos veículos elétricos em detrimentos dos combustíveis fosseis, a predominância de energias renováveis e solares.

Tive a oportunidade, umas semanas atrás, de experimentar um dos self-drive cars, totalmente elétrico, e que saiu da garagem sozinho para nos encontrar na porta do edifício e seguirmos viagem. Premonitório da revolução que já iniciou no mundo automóvel, a experiência foi verdadeiramente incrível e ao mesmo tempo natural, como se fosse quase óbvio e banal, mistura de sentimentos e admiração.

Quanto destas projeções se irão materializar, quantas vão sair completamente ao lado, e acima de tudo quantas coisas virão por ai das quais não temos ainda sequer pistas ou sinais.

Acima de tudo, e sem grandes teorizações ou mesmo sem pretensões de seriedade cientifica sobre o assunto, estes exercícios de futurologia têm sido extremamente estimulantes como debate familiar, inclusive no desenho de cenários profissionais dos futuros adultos mais importantes da minha vida.

“The best thing about the future is that it comes only one day at a time.” – Abraham Lincoln.

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