A volta que isto deu…

1 de Agosto de 2013 em Opinião

A volta que isto deu…

“Agora, mais do que nunca, é importante que as empresas Portuguesas se sintam apoiadas.”

CGD

“Acreditamos nas empresas que fazem crescer Portugal“

Millenium BCP

“1.000 milhões para apoiar o crescimento das Empresas”

Crédito Agricola

“1.500 milhões e crédito para activar os seus projectos”

Santander Totta

“PME Crescimento 2013 – Apostamos no sucesso das empresas portuguesas”

BES

“5,6 mil milhões de euros para financiar a economia portuguesa”

BPI

Passando os olhos pela comunicação dos principais Bancos a operar em Portugal, estes são os headlines que de lá sobressaem – apoio, crescimento, empresas e euros, muitos euros. Em poucos anos a comunicação da banca nacional passou da guerra nas taxas de spread no crédito à habitação – comunicação claramente dirigida ao mass-market, às famílias e particulares – para um batalha cujo objectivo parece transparecer um apoio social às empresas portuguesas.

Sabendo-se que o target desta comunicação são empresas que, no dia-a-dia, já lidam com bancos nas suas actividades, aparentemente poderia não haver necessidade dos bancos usarem toda a sua artilharia de comunicação massificada para contactar com targets infinitamente menores, em número, do que os do crédito-habitação. Há certamente, por detrás destas decisões de comunicação, objectivos de carácter social a cumprir pelos bancos. Numa fase de maior incerteza e alguma desconfiança face ao sector financeiro, cada instituição tenta demonstrar que é a que mais recursos está a colocar ao dispor da economia e a apoiar as empresas nacionais a saírem do aperto em que se encontram. Com isto tentam atenuar/anular, os efeitos reputacionais negativos que têm vindo a sofrer nos últimos tempos.

Para o cidadão comum, para as famílias, os efeitos desta comunicação e os benefícios da mesma são bastante diferidos e indirectos. É certo que se as empresas crescerem, se conseguirem realizar investimentos rentáveis e com isso melhor remunerar os seus colaboradores e restantes stakeholders, isso melhorará a situação económica das famílias e com isto toda a economia cresce, quanto mais não seja através de um aumento do consumo.

Não obstante tudo isto considero positivo que estes discursos de fomento ao crescimento e investimento existam; permitam-me neste campo destacar a mensagem e, mais em particular, o filme com que a Caixa Geral de Depósitos comunica este apoio. Diz a Caixa: “mas ainda há as que acreditam que tudo é possível…há um banco que está a ajudar a economia a dar a volta…”; não sei se está a ajudar mais ou menos que outros; se os seus números são maiores ou menores do que os concorrentes, o que sei é que este filme e esta mensagem ilustradas são as que melhor passam essa ideia.

No filme todos os personagens se empenham nessa tarefa de “dar a volta”, qualquer que seja a função, qualquer que seja o contexto…era bom que cada um de nós, portugueses, assumíssemos também o nosso papel de tentar dar o empurrão para que o país dê a volta, porque se não formos nós a fazê-lo, ninguém o fará por nós – obrigado Caixa pelo desafio – eu acredito que é possível…

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