A Apple e o product placement

21 de outubro de 2013

A Apple e o product placement

Diretor de Dados e Conteúdos Multiplataforma TMN

A Worldwide Director of Buzz Marketing da Apple, Suzanne Lindbergh, anunciou recentemente, depois de mais de 25 anos na empresa, a sua saída para abraçar um novo projeto na Jawbone.

O product placement em media não é novidade e assume cada vez maior importância à medida que os conteúdos se tornam mais globais, sendo hoje omnipresente em todas as séries de televisão e filmes blockbuster que são produzidos. Mas o que distingue a Suzanne e a Apple foi a visão antes do tempo e a forma extraordinária como conseguiram estar recorrentemente no top das marcas com maior visibilidade sem que para isso tivessem que pagar qualquer verba aos produtores de conteúdos.

Não foram apenas menções simpáticas ou referências esporádicas. Em 2011 por exemplo, e de acordo com a Nielsen, a Apple “apareceu” 893 vezes em séries de televisão e esteve em 40% dos filmes blockbuster. Mais do que qualquer outra marca.

Muito se fala sobre como terão conseguido semelhante proeza durante um período tão largo de tempo e seguramente que o facto de fazerem ótimos produtos, muito apelativos para a generalidade da população terá contribuído grandemente mas há muitas empresas que fazem ótimos produtos e têm que pagar se os quiserem “expostos”. Circunstancialmente aparecem marcas que levam “boleias grátis”, como foi recentemente o caso do whisky The Macallan com várias aparições “grátis” no último filme do James Bond – Skyfall, mas são sempre episódios esporádicos, apenas a Apple parece ter conseguido o “segredo do cofre”.

Algo que poderá ter contribuído de forma decisiva foi a abordagem despreocupada e sem compromissos que a Apple teve desde cedo. Os produtores de conteúdos que precisassem de produtos da Apple tinham apenas que pedir e sem grandes perguntas ou exigências recebiam sem quaisquer custos os produtos que queriam nas quantidades que indicassem. Não será seguramente uma fórmula fácil de replicar nos tempos que correm, mas kudos à Apple e à Suzanne Lindbergh por o terem conseguido fazer de forma consistente e sistemática ao longo dos últimos anos.

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