2017: O ano para as marcas repensarem o papel na comunicação

2 de fevereiro de 2017

2017: O ano para as marcas repensarem o papel na comunicação

Joana Carravilla, Country manager da E.Life Portugal

As inovações tecnológicas criam, ano após ano, novos desafios para as marcas, nomeadamente no que diz respeito à comunicação com os consumidores. Em 2016, assistimos à consolidação do vídeo e das transmissões ao vivo e aprendemos que a pegada digital é uma fonte de informação essencial para conhecermos melhor os consumidores. Mas, o que nos reservará 2017?

1 – A era dos micromomentos

Uma tendência que surge do uso permanente do telemóvel. Se, há alguns anos, o acesso à informação era feito na loja física ou quando nos ligávamos a um computador, hoje, a informação surge a qualquer hora e em qualquer lugar. Agora, é possível aceder a um dado numa fração de segundo, pesquisas que permitem traçar um perfil completo do consumidor, abrindo oportunidades para as marcas, que terão que saber acompanhar esta procura de “querer saber”, “querer ir” e “querer comprar” para beneficiar destes micromomentos.

2 – O ano em que falaremos com robôs

E se as tendências nos mostram que o consumidor procura mais, mostram-nos, também, que as respostas têm que ser imediatas, tendo as marcas que não adotem esta mecânica os dias contados. 2017 será um ano em que o relacionamento com o consumidor terá que ser visto como um investimento que potenciará o negócio das marcas. O caminho passará por apostar em chatbots – programas de computador altamente personalizáveis, que simulam um atendimento humano, disponíveis 24 horas por dia e que se distinguem pela proximidade. Os números mostram um crescimento das mensagens instantâneas, que está relacionado com o facto dos consumidores preferirem o contacto nas redes socais, ao invés do telefone ou do e-mail. E as empresas terão que ter uma resposta imediata para dar ao seu consumidor, pois será este feedback instantâneo a forma mais eficaz de os fidelizar.

3 – Os micro-influenciadores irão dominar a comunicação

Em 2017, as marcas deverão apostar no potencial dos micro-influenciadores: indivíduos que, não sendo celebridades, se destacam numa área e que têm um grupo pequeno, mas fiel de seguidores. Tratam-se de figuras com reconhecido know-how sobre algo e a quem o público recorre para obter informação. Para as marcas, estas pessoas assumem uma importância extrema, uma vez que o público se identifica com elas. A título de exemplo, refira-se uma análise realizada pela Takumi (empresa especialista em campanhas de influência no Instagram) a 500 mil perfis nesta rede social que indica que as escolhas de 82 por cento dos utilizadores são determinadas pelas recomendações de um micro-influenciador.

4 - Menos content marketing, mais causas nas páginas corporativas

O consumidor assume um novo peso na comunicação, que passou a ser menos descendente (com os meios a falar para as massas), para se tornar mais circular (modelo marcado por uma interação global). Esta realidade traz a necessidade de se assumir um discurso menos “vendedor” e de se apostar numa postura socialmente responsável. Esta mudança mostra-nos, também, que o papel da mulher nas campanhas se alterou. Se durante décadas o papel era limitado à imagem de mãe, modelo ou esposa, hoje, as campanhas que destacam o género feminino prendem a atenção de quem navega no universo digital. As campanhas que destacam o género feminino têm menos hipóteses de serem ignoradas no Youtube, facto que faz com que a publicidade para mulheres seja feita, cada vez mais, por mulheres, estimando-se mesmo que, nos EUA, dois terços de todo o consumo na próxima década ficará a cargo do sexo feminino.

5 – The new brand: uma nova marca ajustada ao consumidor

E se ao apostar num novo relacionamento com o consumidor percebermos que estamos perante uma nova marca? O caminho será seguir a nova linha, construindo a marca ideal para o consumidor. Esta evolução originou uma nova verticalidade na forma de monitorizar as redes sociais, privilegiando um novo olhar sobre o consumidor e sobre categorias ou públicos. No primeiro caso, as marcas devem reunir o máximo de informação sobre um consumidor ou sobre um público-alvo para desvendar o seu comportamento e para, dessa forma, descobrir o que partilham e estabelecer interações personalizadas. Já relativamente ao olhar sobre categorias ou públicos, trata-se de um estudo mais especializado e que envolve uma seleção prévia de quem se quer alcançar. Vários caminhos para se alcançar uma meta: o sucesso da marca.

6 – O ano em que a Realidade Virtual chegará às campanhas

Apesar de estarmos, ainda, a dar os primeiros passos nesta matéria, a verdade é que a realidade virtual está a despertar a atenção das massas. A prová-lo estão os números que revelam que os termos relacionados com a virtual reality foram pesquisados cerca de quatro vezes mais no último ano e o facto das marcas estarem a apostar no lançamento de gadgets voltados para a realidade virtual. A capacidade das marcas criarem experiências que oferecem novas realidades terá o poder de influenciar o consumidor na hora de adquirir um produto. As marcas devem, por isso, lançar-se em momentos de interação, que permitam “sentir” o produto.

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Por Joana Carravilla

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