“Num futuro próximo não haverá marcas”

10 de Abril de 2012 em Entrevistas,Entrevistas e Opinião

“Num  futuro próximo não haverá marcas”

Fundador e CEO da consultora de ideias norte-americana BrigtHouse, que arrancou em 1995, o ex-publicitário Joey Reiman, que trabalhou as contas como a da Coca-Cola, MacDonald’s e Procter & Gamble, respondeu a algumas questões do Imagens de Marca sobre o setor.

Pelo caminho, Reiman é professor universitário e já escreveu “Thinking For A Living: Creating Ideas That Revitalize Your Business, Career, and Life”, “Success: The Original Handbook” e “The Best Year of Your Life: Make It Happen Now!”. Em 2004 o site FastCompany nomeou Joey Reiman como uma das 101 pessoas que, com as suas ideias e tendências, vai mudar a forma como trabalhamos e vivemos.

Ao IM este especialista, que se vê mais como um pensador, questiona a existência das marcas, da própria publicidade e das agências, fala do futuro e da comunidade Portugal.

 

Imagens de Marca (IM): Acredita na possibilidade de um marketing e publicidade de sucesso nos dias de hoje, com a forma a que estamos habituados?
Joye Reiman (JR): A publicidade é o maior falhanço de todas as experiências humanas. Tudo o que esta industria tem feito é criar a necessidade por coisas que não são necessárias. E todos sabemos que nunca podemos ter o suficiente daquilo que não precisamos. O sucesso não é determinado pelo que se vai sentir no futuro quando se tem essas coisas, mas pelo que se sente com o que se tem hoje. [1]
 
IM: Que estratégias defende para um plano de marketing de sucesso?
JR: Se o fundamento estiver errado a estratégia não pode estar certa. Até agora a estratégia tem sido baseada  naquilo que será melhor amanhã, em vez de ser no porque é que a marca ou empresas foi criada. Os frutos estão nas raízes. Tem se saber o seu “porquê”. A missão é um “o quê”. A visão é um “onde”. O objetivo é o seu “porquê”.
 
IM: O consumidor está diferente. Como define os consumidores dos dias de hoje e as suas necessidades?
JR: Os seres humanos são criaturas que se caracterizam por estar sempre à procura. Somos uma sociedade formatada pela história. As nossas necessidades, no entanto, têm um grande significado. Não é a marca que é importante, mas o que representa – o que é que a marca representa!

IM: Como deve uma marca reagir? Qual a importância do relacionamento entre a marca e os seus consumidores?
JR: Num  futuro próximo não haverá quaisquer marcas – somente comunidades de pessoas que têm um objetivo comum.
 
IM: A as agências de publicidade?
JR: As agências são mares antigos. São relíquias da idade do homo-consumidor. 
 
IM: Reconhece Portugal como uma marca? O que pensa sobre a sua estratégia? Portugal consegue vender-se? 
JR: Portugal é uma das melhores comunidades do planeta. As pessoas são uma delícia, o clima é maravilhoso e  a sua base ligada à descoberta é surpreendente. Portugal precisa de exportar a sua poderosa história. Alguém tem de trabalhar esta importante plataforma. Passos Coelho tem de fazer disto uma prioridade.

 

 

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