O “Inpakt” das redes sociais

27 de Novembro de 2013 em Entrevistas

O “Inpakt” das redes sociais

Bernardo Sousa de Macedo começou a trabalhar cedo. Para ocupar o tempo nas férias escolares, durante a adolescência, decidiu inscrever-se em bolsas de voluntariado locais e internacionais. Mas só recebeu respostas passado quase um ano. Estava em 2007.

Quando finalmente foi contactado por uma instituição, não era nenhuma daquelas a que se tinha candidatado. Queria espaços ligados a idosos e o contacto chegou através de uma instituição de animais. A falta de privacidade das inscrições, que fez um ano antes, e o demorado tempo de resposta levou-o a aperceber-se que muitas outras pessoas podiam estar na sua situação e descontentes com a mesma. “Eu quero agir hoje e não daqui a um ano”, pensou. E decidiu agir.

Interessado pelo mundo que o rodeia, sempre gostou de saber mais sobre os assuntos que lhe chamam a atenção. Pesquisa, procura, lê e avança de cabeça para novos projetos, mesmo que o faça sozinho. “Na altura virei-me para uns amigos e disse ‘vamos mudar o mundo, vamos construir uma rede social online para voluntariado’. Não havia uma rede social focada no nicho da ajuda, da ação social. Mas os meus amigos chamaram-me doido”, contou. A partir daí dedicou o seu tempo livre ao projeto que tinha pensado. Um ano depois estava a lançar uma rede social online, ligada à área de responsabilidade social. Foi assim que, há seis anos, nasceu a “Got Hubbed”. Rapidamente Bernardo se apercebeu que o nome era complicado e de difícil perceção. “Queria causar impacto e foi aí que surgiu a ideia do nome Inpakt”, afirma.

O projeto começou a desenvolver-se aos poucos, a criar uma rede de utilizadores e a tornar-se cada vez mais internacional, quando o site foi traduzido para várias línguas. Passado algum tempo a rede já contava com mais de 60.000 utilizadores e 300 instituições a nível nacional. Com o crescimento, o fundador decidiu que estava na altura de torná-la mais profissional. E foi nisso que trabalhou até à data de hoje, quando se prepara para um segundo lançamento oficial, agora com a uma rede mais adaptada ao impacto que quer causar no mercado.

Inpakt300x100 [1]O Inpakt [2] afirma-se como a primeira rede social que junta empresas socialmente responsáveis, organizações sem fins lucrativos, doadores e voluntários. Mas para isso, tem que ser lançada aos poucos, seguindo uma estratégia bem definida. “O nosso projeto tem a síndrome de “pescadinha de rabo na boca”. Se não temos instituições, não vamos ter empresas que queiram apoiá-las. Se não temos voluntários, as instituições não vêm. Se elas não vêm, os doadores não entram na rede. Todo este processo tem que ser lançado segundo uma linha de tempo, com espaço para que esta pescadinha de rabo na boca consiga encontrar a parte inicial”, afirma Bernardo Sousa de Macedo. “Temos uma plataforma de donativos a ser desenvolvida atualmente e a ser lançada em meados de dezembro. Depois três meses mais tarde a componente de rede social, interação entre os utilizadores, vamos lançando novas funcionalidades. Três meses mais tarde incluímos, então, a plataforma de voluntariado. Depois incluímos a plataforma de responsabilidade social corporativa, que se volta a ligar à plataforma de donativos, que são os donativos corporativos e aí fechamos um círculo de desenvolvimento”, conclui.

Março é a data apontada para início do funcionamento da rede social. Mas a empresa tomou a decisão estratégica de reforçar a parte de donativos já no mês dezembro, que segundo os responsáveis, é a altura do ano em que se regista precisamente um maior número de donativos. Assim, quem quiser fazer um donativo a uma organização à sua escolha, poderá fazê-lo este Natal, através do Inpakt. “Decidimos não lançar já a componente de rede social completa, mas sim dar uma ferramenta para que as instituições possam receber mais donativos durante o mês de dezembro”, afirma Bernardo Sousa de Macedo.

Quanto ao tipo de pessoas que se inscrevem nesta plataforma, são de várias idades, géneros e classes sociais. Para Bernardo “Não existem barreiras para quem quer fazer o bem”. O que têm em comum é a vontade de ajudar. Segundo o Administrador da Inpakt, pessoas com idades compreendidas entre os 25 e 35 anos são as mais ativas na rede, sendo 52% do sexo feminino.

Com um investimento de meio milhão de euros para gerir as atuais operações da empresa, conseguido através de financiamento, os responsáveis acreditam na potencialidade de crescimento da empresa, mesmo em outros mercados. E confessam-nos as grandes expectativas que têm para o futuro: “A nossa intenção é vir a transformar o Inpakt, num banco social [3]”.

Veja a entrevista feita pelo Imagens de Marca ao fundador da empresa, para conhecer melhor esta nova rede social.

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