9 de outubro de 2007

Entrevistas


 






B.I.
Oliviero Toscani

Nascimento: Milão, 28 de fevereirode 1942
Profissão: Estudou Fotografia e Design e é o criador
de campanhas para muitas marcas de renome mundial
como a Valentino, a Chanel, ou a Benetton. Já trabalhou
para televisão e cinema, dá aulas em duas universidades
e é autor de vários livros sobre comunicação. Actualmente
dedica-se à criação de novas linguagens para diferentes
meios.
Onde está: Reside na Toscânia, onde cria cavalos e produz azeite.


Imagens de Marca: Que valores lhe foram transmitidos através do briefing da campanha “Anorexia Não”? 
OT:
Não tive um briefing. Não sou uma agência para ter briefings. Eu tenho ideias e vendo-as.


 


IM: E qual foi o orçamento?
OT: Foi um orçamento muito pequeno. Gosto de trabalhar com orçamentos pequenos. Rondou, mais ou menos, os 100 mil euros. Mas o mundo inteiro viu o anúncio e nada foi publicado fora de Itália.


 



IM: Pode dizer-se que a responsabilidade social foi uma preocupação na base desta campanha?
OT:
Todas as campanhas têm uma responsabilidade social. Até as piores! A má publicidade também tem responsabilidade social, porque a responsabilidade social não tem sempre de se traduzir numa coisa boa. O Hitler, quando transmitia à sociedade os seus valores, tinha responsabilidade social. Estarmos preocupados significa irmos trabalhar e fazer o que nos compete.


 


IM: Foi responsável por que decisões durante a criação da imagem?
OT:
Fui responsável por tudo. Sempre trabalhei dessa maneira.


 


IM: Por que é que a Isabelle Caro aparece totalmente nua?
OT: De que maneira é que ela deveria aparecer? Em biquíni? Ela aparece da maneira que todos nós nascemos.


Veja mais publicidade de Olivero Toscani na fotogaleria que preparámos para si. Em baixo.


 


IM: O que é que ela está a tentar transmitir aparecendo assim?
OT: Está a transmitir aquilo que vê. E cada pessoa vê uma coisa diferente. Cada imagem está aberta à interpretação. A arte é isso!


 


IM: Algumas pessoas consideram a imagem chocante. O choque é a única maneira de fazer as pessoas realmente entenderem a mensagem ou é apenas uma forma mais interessante de trabalhar?
OT:
Eu não diria chocante, mas a arte tem de provocar as pessoas. Aliás, não percebo por que é que as pessoas estão chocadas! Eu, por exemplo, fico chocado todos os dias com o que vejo na televisão. As pessoas que se consideram chocadas com esta campanha são anormais! Não são as imagens que nos chocam, é a realidade!


 



IM: Acredita na imposição de limites à publicidade?
OT:
Porquê à publicidade?! Não sou publicitário, sou um artista.


 


IM: E acredita em qualquer tipo de limitação à arte?
OT:
À arte, não.


 


IM: O que gostaria de dizer àqueles que dizem que o Oliviero passou todos os limites com a campanha “Anorexia Não”?
OT:
E então? (risos) Não me interessa o que eles pensam! Que limite passei eu? Religioso? Moral? Isso é o que eles pensam e eu penso de maneira diferente. O meu trabalho não pode ser apreciado por toda a gente.


 


 IM: Que medidas está a tomar relativamente ao pedido de suspensão da campanha?
OT:
Ninguém suspendeu o meu trabalho nem me censurou. Isso foi um grupo de mafiosos, uma corporação de publicitários que têm inveja da minha criatividade! Eles não gostam de mim, porque sempre tive sucesso com orçamentos muito baixos e eles têm de explicar aos clientes porque pedem orçamentos tão grandes e não têm tanto sucesso.


 


IM: O choque é uma característica do seu trabalho?
OT:
Ser provocador é uma característica da arte.


 


IM: Como descreve o seu estilo profissional?
OT:
É o estilo Oliviero Toscani.


 


IM: Mas se quisesse descrever o seu estilo a um amigo, o que poderia dizer?
OT:
Diga que sou loiro, tenho olhos azuis e 25 anos. Essa é uma boa resposta!

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