22 de janeiro de 2010

Entrevistas

Imagens de Marca: Como caracteriza os líderes portugueses?


Paulo de Vilhena: Tenho alguma dificuldade em fazer a caracterização do líder português. Talvez em Portugal nos vão faltando algumas referências no campo da liderança. Falo de pessoas atractivas que nos aglutinem, como grupo, em torno de um projecto ou uma ideia, mas também de pessoas que nos envolvam e inspirem com a sua visão de um futuro melhor e nos façam segui-las nesse caminho. Quando dissecamos os aspectos fundamentais do processo de liderança, acabamos por perceber que tudo começa no desenvolvimento pessoal e evolui, a partir daí, do abandono da mediocridade para a capacidade de criarmos valor, não só de nós próprios, como também dos outros à nossa volta. Eventualmente, em Portugal, não existe ainda o hábito de fazer investimentos nestes aspectos fundamentais e consequentemente não é fácil encontrar referências no campo da liderança. Mas há que não generalizar!



IM: Por que procuram os portugueses o business coach?


P.V.: Pelas mesmas razões que em qualquer outro país. Um business coach é alguém que nos ajuda com a definição do caminho para a nossa empresa, auxiliando-nos a trilhar esse mesmo caminho. É alguém que nos ajuda a definir objectivos claros e a reunir a informação e o conhecimento de que necessitamos para os atingir, ao mesmo tempo que nos disciplina na acção que suportará essas realizações. Tudo isto, sendo que um business coach ainda nos auxilia no nosso processo de desenvolvimento pessoal, de forma a que nos tornemos também no tipo de pessoa que atinge os objectivos estipulados. No fundo, um business coach é alguém que nos ajudar a optimizar o nosso potencial individual, no sentido de realizarmos aquilo a que nos propusemos nas nossas empresas.



IM: Em alguns artigos centra o sucesso dos negócios na confiança e positivismo. Acredita que a viabilidade de um negócio depende sobretudo deles?


P.V.: Partindo do princípio de que o modelo económico de um negócio é viável, acredito que a atitude das pessoas que estão envolvidas é o que faz verdadeiramente a diferença. Costumo dizer que as pessoas e a cultura de cada organização são o seu ADN. Estão a montante da eficiência operacional e da relação com o cliente que a jusante se materializará em resultado. Acredito também que essa atitude que nos conduz ao sucesso se baseia nalguns aspectos fundamentais que têm sido identificados ao longo dos tempos como característicos dos indivíduos e das organizações bem sucedidas. Sem dúvida que os nossos níveis de confiança e optimismo estão directamente envolvidos, porque ninguém se proporá sequer a nada se não tiver a expectativa de que as coisas lhe vão correr bem. Mas haverá uma série de outras características que não podemos considerar secundárias; desde o conhecimento à capacidade de nos relacionarmos com os outros e os influenciarmos, passando pela capacidade de tomarmos verdadeiras decisões e lhe ligarmos acção imediata, ou pela responsabilidade de compreender de que forma contribuímos para a realidade e de que forma podemos contribuir para que o futuro seja melhor. Parece-me incontornável que as pessoas e a cultura da organização definam o seu nível de sucesso.

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