27 de junho de 2008

Entrevistas

Portugal esteve representado no corpo de jurados do Cannes Lions 2008 em três categorias diferentes. Luís Mergulhão, Ricardo Monteiro e Nuno Antunes* contribuíram para a atribuição dos Leões nas respectivas secções de Media Young Lions, Imprensa e Marketing Directo.  O Imagens de Marca falou com os três júris portugueses e tentou perceber no que consistiu o seu trabalho no Festival, que avaliação fazem às categorias onde trabalharam e o que representam para eles os “Leões de Cannes”.


 


“O benchmark do sector”


Nuno Antunes foi um dos portugueses convidados para integrar o júri de Cannes. O CEO da Proximity fez parte do corpo de jurados da categoria de marketing directo, na 55ª edição do Cannes Lions.


 


Imagens de Marca: Como é que descreve o processo de Júri em Cannes?
Nuno Antunes:
Cannes torna tudo diferente. É o festival mais importante a nível mundial. Todas as agências querem ganhar aqui um prémio, todos querem ter um Leão na prateleira. Isto faz com que a responsabilidade de ser júri também seja muito maior. De acordo com os critérios definidos pela organização e através de vários processos selecção aquilo que se faz é um pouco separar o trigo do joio.



IM: Houve muita discussão, relativamente ao que é “trigo” e ao que é “joio”?
NA
: Houve, claro. Houve sempre. E isso é muito bom. É interessante ver como por vezes não entendamos determinadas peças como devíamos entender, e é bom que hajam elementos do júri que depois nos fazem ver que há ali uma boa campanha, que merece estar na shortlist.



IM: Algum caso em concreto que possa adiantar?
NA:
Por exemplo um caso português. A campanha para o Sporting não estava inicialmente em shortlist. Como cada elemento do júri tinha direito de puxar uma campanha para a shortlist, achei que devia ir buscá-la. Conhecia bem a campanha, expliquei-a a outros elementos do júri e acharam que devia ser incluída na shortlist. Por pouco que depois não ganhou Bronze.



IM: Quanto à qualidade dos trabalhos na categoria de Direct, o que tem a dizer?
NA:
Antes de falar em bons ou maus trabalhos, devo dizer que houve desde logo alguma discussão sobre o que é que é marketing directo, o que é promocional, o que é eventos ou não. Nós deparámo-nos ao princípio com uma panóplia de trabalhos que nós achávamos que não se enquadravam na categoria de Direct. Depois quanto á qualidade do trabalhos, existiam ali trabalhos fantásticos, ideias que eu nunca tinha visto na minha vida. Mas haviam também trabalhos razoáveis e até trabalhos que não percebo como é que as agências gastam dinheiro em enviá-los para Cannes.



IM: Como assim? Que tinham esses trabalhos?
NA:
Não vale a pena as agências colocarem em Cannes trabalhos que não tenham nenhuma ideia, que sejam só um truque criativo, porque não vai passar. Considero que os elementos do júri estiveram até muito mais preocupados em perceber se a ideia era boa, do que com a própria execução.



IM: O que é que Cannes representa para si?
NA:
Desde que cheguei ao mundo da Publicidade que Cannes é a referência da nossa indústria. Aqui estão representados os melhores trabalhos que se fazem no mundo. O Festival é um “benchmark” do sector.

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