26 de junho de 2008

Entrevistas

Portugal esteve representado no corpo de jurados do Cannes Lions 2008 em três categorias diferentes. Luís Mergulhão, Ricardo Monteiro e Nuno Antunes* contribuíram para a atribuição dos Leões nas respectivas secções de Media Young Lions, Imprensa e Marketing Directo.  O Imagens de Marca falou com os três júris portugueses e tentou perceber no que consistiu o seu trabalho no Festival, que avaliação fazem às categorias onde trabalharam e o que representam para eles os “Leões de Cannes”.


* entrevista com Nuno Antunes publicada sexta-feira.


 


“A montra da indústria”
O CEO da Euro RSCG fez parte do corpo de jurados daquela é uma das categorias clássicas do Festival Internacional de Publicidade. Ricardo Monteiro foi o membro português convidado em 2008 para integrar o júri de Imprensa, na 55ª edição dos Leões de Cannes.


 


Imagens de Marca: Como descreve o processo de júri no Cannes Lions?
Ricardo Monteiro:
 O sistema é bastante isento e há uma votação numérica na qual se chega a uma shortlist. Já para a passagem da shortlist para os Leões de Bronze, Prata e Ouro passa por um processo de votação de braço no ar, onde cada júri pode emitir um parecer sobre cada peça, desde que não seja da sua própria agência – no meu caso eu não podia falar pela Euro RSCG Lisboa. Contudo pode depois haver debate sobre aquelas peças que não tiveram unanimidade para passar a Leões, mas que chegaram à shortlist. Aí cada jurado pode levantar a questão e pode argumentar em favor de uma determinada peça e fazer com que ela passe a ser um Leão.


 


IM: E uma peça que seja “repescada” pode chegar a Ouro?
RM:
É muito difícil que uma peça que tenha ficado fora da primeira selecção dos Leões chegue a Ouro ou a Grand Prix. Mas chegar a Bronze ou a Prata é relativamente possível. Conta depois o poder da argumentação, que é o mesmo que seria utilizado para vender a peça a um cliente.


 


IM: O que é que torna uma peça num Leão de Bronze, Prata ou Ouro?
RM:
Cannes não é um festival de eficácia comercial. Premeia-se aqui aquilo que no critério da indústria são as melhores peças publicitárias. A qualidade é o melhor critério de defesa de uma peça. A qualidade em publicidade é aquela que é logo reconhecida como tal, quando uma peça é unanimemente reconhecida como criativa, não há dificuldade nenhuma em defendê-la. Aquelas que precisem de muita argumentação normalmente são bronzes ou pratas.


 


IM: Quanto ao Leão atribuído à Euro RSCG…
RM:
Não tive voto na matéria como é óbvio. Quem pense que tive alguma influência está enganado. É a minha agência e eu não posso votar, não posso falar. Mas fiquei obviamente contente. Esta é a minha vida, é a vida das pessoas que trabalham na Euro RSCG em Lisboa. Ganhar um Leão em Cannes é uma das boas coisas da vida, a seguir a ganhar um cliente e a servi-lo bem.


 


IM: O que é que Cannes representa para si?
RM:
Cannes é a montra da indústria, daquilo que é toda a comunicação. Se a indústria a nível mundial dignificar cada vez mais este festival, enviando cada vez melhor trabalho – trabalho que respeite e contribua para o valor das marcas dos nossos clientes – o Cannes Lions continuará a ser um dos grandes festivais do mundo. Coisa que já o é, mesmo tendo em conta todas as indústrias confundidas.

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