12 de novembro de 2010

Entrevistas

A Heineken já anunciou o seu patrocinio ao próximo Rock in Rio, que é já para o ano no Rio de Janeiro (Brasil).


O Imagens de Marca conversou com Nuno Teles, que desde Agosto assumiu a liderença do Marketing da FEMSA Cerveja do Brasil naquele país e partilhou a sua experiência e estratégias da marca.


 


Imagens de Marca (IM): A Heineken avançou já com um patrocínio para o Rock in Rio 2011 no Brasil. Qual a estratégia que está por detrás desta aposta (qual o segmento da marca, que campanhas vão ter?


Nuno Teles (NT): O RIR é o evento de referência para o brasileiro, pela qualidade das bandas internacionais e pela internacionalização do próprio evento. O consumidor brasileiro está aberto para o mundo e procura cada vez mais marcas globais. O RIR tem para a marca Heineken um papel muito simples, mostrar que o evento mais internacional do Brasil só podia ter a marca de cerveja mais internacional do mundo, a Heineken.


 


IM: Em que consiste o patrocínio?


NT: Heineken vai ser a cerveja oficial do evento em Setembro/Outono de 2011 e, acima de tudo, vamos iniciar já este mês em parceria com a TV Globo e a plataforma digital da Globo um plano de comunicação e activação.



 


IM: Está previsto que a marca apoie o próximo Rock in Rio Lisboa?


NT: Eu acredito muito na consistência das acções das marcas ao longo do tempo, mas também que essa consistência não se torne demasiadamente previsível. O que as marcas vão fazer e como vão fazer deve ser sempre novo e relevante para o consumidor.



 


IM: Já está no Brasil há alguns meses, que diferenças sentiu de um mercado para o outro?


NT: O mercado brasileiro está a atravessar um momento único na sua vida. O Brasil é quase um continente, um país que esta presente nos dois hemisférios, agora é Verão em São Paulo e inverno em Manaus (muito embora o conceito de Inverno seja bem diferente por aqui). O mercado de cerveja no Brasil é 116Mhl vs Portugal com 6Mhl, e a crescer 13% vs Portugal que esta a decrescer.



 


IM: E entre os consumidores?


NT: O brasileiro tem uma atitude muito alegre e positiva perante a vida. Olha para a próxima década como uma sucessão de coisas boas que vão acontecer. Acho que não será necessário mencionar que as perspectivas são bem diferentes para o consumidor português.



 


IM: Que estratégia tem para o mercado brasileiro e que resultados espera obter?


NT: Acreditamos que a Heineken será um grande player no Brasil, porque é a primeira grande empresa internacional a entrar neste mercado com uma visão de longo prazo. A nossa experiência cervejeira é muito bem recebida pelos brasileiros e somos vistos como uma empresa diferente, mas muito relevante.


 


IM: O que levou para o Brasil e para a marca no Brasil da sua experiência em Portugal?


NT: A visão que o “impossível não existe”. Em 2004 ninguém acreditaria que Sagres podia passar de 33% de quota para 47% em apenas 5 anos. A vontade de acreditar e a capacidade de fazer acontecer algo com impacto.



 


IM: Se voltar, o que é que pode trazer para Portugal da sua experiência aí?


NT: Como gerir num contexto de forte crescimento e mudança permanente. Todos os dias no Brasil temos a noção clara de estar a construir algo que se torna maior. Actualmente temos 8 fábricas e um volume que é quase o dobro do total do mercado português, sentimos que somos pequenos, estamos a crescer 15% este ano e sentimos que podemos crescer mais A marca Heineken esta a crescer 60% e sentimos que podíamos e devíamos estar a duplicar as vendas todos os anos. Este contexto tem implicações grandes em termos de vendas e de como trabalhamos com os 16 fabricantes da Coca-Cola que distribuem a nossa cerveja, e também como e onde devemos colocar as próximas fábricas, dado que a nossa capacidade produtiva está no limite. Acho que é uma sorte poder estar num país tão interessante, num momento tão bom, num negócio tão relevante. Mas Napoleão dizia que um bom General é um General com sorte, talvez assim seja, porque se não tivesse sido pelo Napoleão, D. Joao VI não teria ido para o Brasil em 1808 e D. Pedro não teria proclamado a independência junto das margem do Ipiramga.

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