Como o consumo alimentar vai mudar nos próximos anos

6 de Junho de 2012 em Entrevistas e Opinião,Opinião

Como o consumo alimentar vai mudar nos próximos anos

Nos últimos meses, vários membros do Parlamento Europeu têm defendido que 2013 deveria ser o Ano Europeu contra o Desperdício Alimentar. E rodearam-se de números para o justificar: a Comissão Europeia calcula que, todos os anos, 90 milhões de toneladas de alimentos são desperdiçados na Europa a 27. Ou seja, são 180 quilos de alimentos, por pessoa, que vão para o lixo em bom estado.

Uma das questões-chave do desenvolvimento sustentável está no desperdício alimentar. Um optimista por natureza, Tristram Stuart diz que a quantidade de comida que desperdiçamos é uma “notícia magnífica”. É que, assim, podemos reduzir o nosso impacto ambiental sem grandes sacrifícios.

“Não estamos a pedir às pessoas que andem menos de avião, comam menos carne ou conduzam menos. Tudo coisas, claro, que teremos de fazer um dia. Mas há uma oportunidade. Apenas precisamos de parar de deitar comida fora e, em vez disso, saboreá-la”, explicou.

Stuart, que ganha a vida a escrever sobre comida e estudar o desperdício alimentar, diz que atiramos comida fora em todas as várias fases do processo. Na produção, armazenamento e, mais tarde, na fase do consumo. E este não é um problema só de países ricos. Os países em desenvolvimento gastam o mesmo terço de comida (http://www.greensavers.pt/2012/06/06/um-terco-da-comida-produzida-no-mundo-e-desperdicada [1]), sobretudo por falta de infra-estruturas e tecnologias para armazenar os alimentos.

Só na União Europeia, a cadeia de valor alimentar é responsável por 17% das emissões directas de gases com efeito de estufa. Se reduzirmos o desperdício alimentar, é fácil perceber, diminuímos também esta percentagem.

Evitar o desperdício alimentar não é apenas uma oportunidade para matar a fome a milhões de pessoas em todo o mundo. Representa gastar menos água, energia, terrenos para cultivar.

Se colocarmos nesta equação a mudança de hábitos de consumo, sobretudo por necessidades económicas, então temos uma boa base para, no futuro, desperdiçamos menos comida – de preferência, nenhuma. Todos sairíamos a ganhar.

PS: Interessa-se por temas ligados ao consumo? Convido-o a visitar o Fórum do Consumo (http://www.forumconsumo.com [2]) um espaço neutro e aberto à livre troca de opinião, debate construtivo e ao estudo dos fenómenos das relações comerciais e de consumo, celebradas entre consumidores, profissionais e empresas da produção, da distribuição e dos serviços.
É um tema que deverá (deveria) estar na agenda de todos.

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