26 de abril de 2014

A revolução no mercado

40 anos depois do 25 de abril de 1974 enquanto uns recordam as mudanças políticas e culturais que transformaram o país, o Imagens de Marca procura os sinais de uma revolução no mercado que ainda hoje são capítulos importantes do Portugal que marca nos nossos dias.

Com a ajuda de Adelino Batista Cruz, especialista em História da Publicidade, vamos analisar como esta sociedade portuguesa, antes fechada e que primava pelo protecionismo aos produtos nacionais, se abriu às marcas internacionais e aos produtos que proporcionavam um novo estilo de vida.

Desde os alimentos pré-preparados ao boom dos eletrodomésticos, foram várias as multinacionais, como a Siemens, por exemplo, que encontraram em Portugal um grande crescimento, mas que viveram também, na época, fortes mudanças laborais, como o incremento dos custos salariais, por via do aumento de ordenados e do surgimento do 13º mês.

Sinais de um novo poder de compra para os trabalhadores que despoletava não só uma outra dinâmica da procura, mas também uma oferta mais competitiva, e que originava a criação de uma das organizações mais conceituadas na defesa dos Direitos dos consumidores. A DECO, nasceu também há 40 anos e é conta-nos como foram os primeiros desafios que encontrou e como viu evoluir esta sociedade de consumo.

Com a liberdade, Portugal viu chegar várias marcas e produtos que anteriormente eram proibidos. Os investimentos em publicidade aumentaram e as mensagens publicitárias ganharam novos contornos. Uma realidade que nos é dada a conhecer por Rosalina Machado, diretora da agência de publicidade D3 em pleno Verão Quente de 1975, e Maria Eduarda Colares, diretora criativa na agência Abrinício, fundada na altura por um conjunto de profissionais da agência Leo-Burnett, que tinha decidido fechar a sua operação em Portugal.

Publicidade sobretudo veiculada através do meio rádio, que foi também a voz da revolução. Foi da Renascença que saiu uma dessas senhas, os primeiros versos da música “Grândola Vila Morena”, de Zeca Afonso, até hoje um dos grandes hinos da revolução. 40 anos depois olhamos para a evolução desta marca e deste meio para perceber de que forma se foi adaptando às mudanças e ao novo mundo digital, e que estratégia segue para manter o negócio de viva voz em 2014.

A revolução trouxe também sucesso ao empreendedorismo português, e houve quem, apesar dos riscos de uma época conturbada, não deixasse de acreditar que podia mudar também a sua vida. Recordamos a fundação da Avibom, nascida em pleno dia 25 de abril de 1974, pelas mãos de António José dos Santos, ainda hoje a gerir uma marca que conquistou não só o mercado nacional, como o internacional. Histórias de uma revolução no mercado que ao fim de 4 décadas faz a diferença neste Portugal que marca.

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