Reportagem

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Certamente não se trata de uma máquina do tempo, mas o grande mote do Salão Internacional Automóvel de Portugal, SIA, deste ano é precisamente conduzir os seus visitantes ao futuro. Como sublinha, aliás, a própria assinatura do evento: “Conduz ao Futuro”. Sob o galhardete de maior evento automóvel do país, a ACAP, Associação Automóvel de Portugal, abre mais uma vez as portas da FIL, para receber mais de três dezenas de fabricantes automóveis. O SIA arrancou esta quinta-feira, 24 de Abril.

Eles são desportivos, ligeiros, comerciais, estreantes, clássicos, especiais de corrida e até protótipos. Carros e mais carros. Num total de 301 veículos expostos, entre modelos e gamas diferentes, o Salão Automóvel estende com grandeza o leque das marcas do sector automobilístico. 35 marcas e todas trazem à FIL o que de melhor produzem. O mundo da marca automóvel no seu melhor no expoente máximo da sua inovação.

E é por isso mesmo que o destino do SIA de 2008 assenta no desenvolvimento tecnológico, na renovação e na ecologia. Num “futuro espelhado nas inúmeras novidades e animações propostas pelos construtores em torno do design e tecnologia, mas também das evoluções do sector no âmbito da mobilidade sustentável e da eco-condução”, segundo remata a organização.

Querendo “ser muito mais do que uma montra de produtos”, mas também “um factor muito importante de dinamização do mercado”, o Salão Automóvel aponta para uma meta nesta edição. Pelo menos “tentar manter o número de visitantes da última edição, 250 mil visitantes” e estar “em termos de qualidade dos expositores, num nível igual ou superior ao do salão de Genebra”, adianta a organização, sublinhando a ideia que são as novidades que vão trazer essa qualidade.

Serão então as novidades que aceleram o Salão Automóvel em direcção ao futuro. Para além de 208 modelos já conhecidos em Portugal, o SIA assiste ao lançamento de 68 modelos a nível nacional e a uma estreia internacional. Ficando esta última a cargo da Citröen, com o modelo C2 Restyling, quase todas as marcas trazem para o Salão as suas mais recentes criações, em estreia nacional. Marcas como a Renault, a Toyota, a Volkswagen, a Seat, a Skoda, a Aston Martin, a Lexus, a Mercedes, a Bentley, entre tantas outras. Marcas para todos os gostos e para todos os “bolsos”.

De entre as estreias ressaltam modelos como o iQ, a nova aposta da Toyota, o Laguna GT e Koleos, da Renault, o Kuga da Ford, o IS F da Lexus ou o Superb da Skoda.

Novos modelos e novas marcas: a Dacia da Renault

Mas se por um lado as novidades são traçadas pelas estreias de modelos, por outro surgem no Salão nomes de marca estreantes. A Renault, por sua vez, aproveitou o evento para dar um empurrão especial à Dacia, uma marca do grupo e que se apresenta no mercado português com dois modelos: o Sandero e o Logan.

“Duas marcas distintas, mas complementares. Renault e Dacia”, explica de forma simplificada Marie-Christine Caubet, directora comercial da Renault para a Europa. Isto porque a marca Dacia não nasce com o intuito de concorrer directamente com a Renault. Muito pelo contrário. Vem apontar para um nicho de mercado que Renault não cobria até agora. “A Dacia vai ter toda uma gama que se dirige a um conjunto de clientes que até agora a Renault não se dirigia. Por exemplo o Sandero, é uma berline, é espaçosa, é um automóvel familiar, mas consegue simultaneamente ser low-cost. Portanto a marca Dacia é uma marca complementar para o grupo Renault”, explica a directora.

No prazo de um ano a marca francesa pretende, juntamente com a recém-nascida Dacia, lançar treze modelos, e para 2009 e 2010 são esperados mais modelos da nova marca.

Já quanto à estratégia de marca da Renault e aos modelos que trouxe ao Salão Automóvel, Marie-Christine Caubet, adianta que o Renault Laguna GT 4RD – em estreia nacional – é talvez o que mais prefere destacar em relação aos restantes do stand. Isto porque segundo conclui “este modelo fala pela marca, mostra que a Renault está determinada em continuar a apostar na tecnologia de ponta”. Aposta aliada a outra. A de um desenho mais futurista, feita com o Laguna Coupé, também presente no stand. “Outra das imagens de marca que a Renault aqui tenta passar é precisamente o design, que um dos pontos fortes da Renault, que a distingue das restantes”, explica Marie-Christine Caubet ao reforçar ainda que o Coupé deixa já “ de alguma maneira, pré-visualizar a próxima linha que a Renault prepara”.

Falando de identidade da marca, a directora realça os valores que o stand no SIA pretende passar. “Tentámos mostrar aqui os três genes da marca Renault, que são a proximidade, o entusiasmo e a fidelidade”.
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