27 de agosto de 2008

Histórias de Marca

 


Video: Os melhores momentos do Red Bull Air Race em Budapeste este ano.


 


E ainda:


 


Veja a marca no Museu da Publicidade, aqui.


 


 


 


Mais do que confiar nas qualidades e características do produto, a empresa confia no poder do marketing. Só esta postura explica o facto de a fórmula Red Bull não ter sido protegida por patentes. A verdade é que grandes empresas mundiais de bebidas lançaram produtos concorrentes, sem destronarem a criadora do conceito “Energy Drink”. A marca destina, todos os anos, cerca de 40 por cento do orçamento a acções de marketing, o que revela a importância atribuída a este departamento.


 


O homem por detrás da marca confessa ter concluído o curso de Administração de Empresas aos solavancos, demorando o dobro do tempo necessário. O austríaco Dietrich Mateschitz era um estudante sofrível, mas destacava-se pelo gosto pelo desporto, por privar com estrelas do cinema e mulheres bonitas e por ser um empreendedor inato. Numa viagem à Tailândia, no início dos anos oitenta, Mateschitz cruzou-se com um taxista que exagerava nos turnos para juntar algum dinheiro. O segredo do taxista era uma bebida rica em cafeína e taurina, que o ajudava a manter o estado de alerta. “Um copo disto e o seu jet lag vai embora”, garantiu-lhe o condutor. Mateschitz encontrou ali uma oportunidade de negócio, chegou à Áustria com a fórmula na bagagem e iniciou uma batalha de três anos para conseguir fabricar e comercializar o produto no país. Afinal, o produto era desconhecido e continha três vezes mais cafeína do que um refrigerante comum.


 


1987 foi o ano do lançamento da marca. Cada lata de 250 ml de Red Bull continha 20 gramas de açúcar, 1000 mg de taurina, 600 mg de glucuronolactona (um hidrato de carbono produzido pelo organismo humano), 80 mg de cafeína e vitaminas do complexo B. A escolha do touro vermelho como imagem e nome da marca surgiu naturalmente, tendo em conta a composição da bebida.


 


Com mais de um milhão de latas vendidas, o sucesso da bebida e a velocidade da internacionalização fizeram surgir muitas dúvidas sobre as características do produto. Houve, desta forma, uma forte aposta em testes científicos e médicos, que acabaram por provar que consumir Red Bull é seguro. Aumento da resistência física, maior capacidade de concentração e de reacção e acréscimo da energia são alguns dos efeitos que levaram à explosão das vendas. Depois de ter iniciado o processo de internacionalização em 1992, exportando para a Hungria, a marca já está presente em pelo menos 140 países e vende mais de três biliões de latas por ano. Com o slogan “Red Bull dá-te asas”, detém 70 por cento do mercado mundial das bebidas energéticas e há quem lhe chame a Porsche das bebidas não alcoólicas. Em 2004, a empresa enfrentou uma grande contestação, quando foram associadas ao consumo de Red Bull várias mortes. Destinada a um público abaixo dos 25 anos, a bebida tem vindo a ganhar uma forte presença em estabelecimentos nocturnos, sendo misturada com bebidas como Vodka. Noruega, Dinamarca e França chegaram a banir o produto. Para contrariar esta má imagem, a marca investe, cada vez mais, em patrocínios desportivos, uma prática associada ao lado saudável da vida.


 


 


 




















A marca



Origem: Áustria


Fundação: 1984


CEO: Dietrich Mateschitz


Precença Mundial: 140 países


Vendas: 3,5 biliões de latas por ano


Lucro anual: 3,5 biliões de dólares (valor estimado)


Slogan: Red Bull dá-te asas


O marketing



A estratégia de marketing da marca assenta em três grandes pilares. Patrocínios, eventos que atraem a atenção dos media e distribuição gratuita de produto em locais frequentados por jovens. A Red Bull tem duas equipas de Fórmula 1 e duas equipas de futebol, direcciona os patrocínios para desportos radicais e está presente em eventos surpreendentes, como uma corrida de MotoCross numa praça de touros ou um evento de skating urbano.


Red Bull Air Race


 


Cerca de 600 mil pessoas encheram as margens do Danúbio, em Budapeste, para assistirem à sexta prova da Red Bull Air Race. Este extravagante evento passou pela Hungria, antes de rumar ao Porto. Em 2007, entre as margens no Douro, a prova deixou centenas de milhares de pessoas de olhos pregados no céu e promete este ano reforçar recordes de assistência. Uma corrida de aviões, única no mundo, que consiste em guiar um avião a uma velocidade máxima de 400 quilómetros/hora entre pilares insufláveis com cerca de 20 metros de altura.


Red Bull Flugtag



Ou o Dia das Asas em português. Trata-se de um evento em que os concorrentes são convidados a contruir máquinas voadoras. Em Potugal, as máquinas são lançadas em voo junto à Torre de Belém.


 


 

Avalie este artigo 1 estrela2 estrelas3 estrelas4 estrelas5 estrelasÉ a marca da energia, dos eventos, do desporto e do marketing agressivo. Vencedora e controversa, a Red Bull vai tomar conta das margens do Douro dias seis e sete de Setembro e promete pôr os portugueses de olhos postos nos céus. Fica aqui a história de como, para alguns, o sucesso tem asas.

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