4 de fevereiro de 2008

Dossiê

São duas das montras mais importantes a nível mundial para o sector do mobiliário e decoração. Do dia 24 ao dia 29 de Janeiro, passaram pela Maison & Objet e Meuble de Paris mais de cem mil profissionais do sector e três mil jornalistas de todo o mundo. Todos com os olhos postos nas grandes marcas internacionais do sector do mobiliário e decoração. Entre elas, mais de 60 são portuguesas!


 


 


Aldeco: à conquista do Leste


 


 


A Aldeco, uma empresa de tecidos de decoração do Porto, estreou-se este ano na Maison & Objet, após dois anos de espera. Para conseguir um stand junto dos gigantes internacionais do sector, a empresa liderada por Alberto Dias esteve sujeita a uma selecção árdua por parte da organização. Mas a espera valeu a pena logo no primeiro dia de feira. “Já exportamos, regularmente, para mercados como a Espanha, a Grécia, a Inglaterra e mais, episodicamente, para países como a Hungria e a Índia. O nosso grande objectivo na Maison & Objet era conquistar os mercados que têm muito potencial como a Rússia, a Ucrânia e os Emirados Árabes Unido. E esse objectivo foi conseguido, logo na primeira manhã, quando nomeámos os distribuidores para a Rússia e para a Ucrânia”, relata o empresário Alberto Dias.


 


 


Ach Brito: a porta para a Europa


 


Na agenda da Ach Brito consta há já quatro anos a feira Maison & Objet. “Na altura, já estávamos bem implementados nos Estados Unidos e em Inglaterra, mas queríamos alargar o nosso leque de clientes nomeadamente a outros países europeus. Um objectivo que temos vindo a atingir e mais: esta feira tem-nos aberto, também, a porta do mercado asiático”, afirma o Presidente da Ach Brito, Aquiles de Brito. O balanço é positivo e  reflecte-se na facturação desta empresa de Vila de Conde. Passados quatro anos, o mercado europeu representa cerca 40 por cento das vendas de exportação, uma percentagem conseguida graças à Maison & Objet.


 


 


Colunex: despertar para o oriente


 


 


Se os clientes são convidados a dormir, o mesmo não se pode dizer de quem trabalha na Colunex, que tem de estar desperto para as oportunidades que o mercado oferece. Depois de ter conquistado a liderança em Portugal, o crescimento da empresa passa pela internacionalização. “A Meuble de Paris é a porta de entrada. Nós normalmente gostamos de projectos difíceis e sendo o mercado francês um dos mais difíceis a nível europeu, consideramos que é, precisamente, por aqui que devemos entrar”, explica o Presidente da Colunex, Eugénio Santos. E entraram. Mas conseguiram ir mais longe logo no segundo dia de feira, quando fecharam negócio com uma das maiores empresas do Oriente. Sem revelar o nome do grupo coreano e mantendo o lema “o segredo é a alma do negócio” o empresário nortenho começa a trilhar o caminho do futuro, que é “criar uma empresa global. Temos cinco anos para ser globais e outros cinco para ser uma referência tecnológica e de design a nível internacional, sempre a partir de Portugal”, afirma Eugénio Santos.


 


 


Cácio: uma acção de charme


 


 


O presunto e o vinho tinto português posicionados no centro do stand revelam à partida que o grande objectivo é abrir o apetite de potenciais clientes. Mas não só. Numa lógica diferente da maioria das empresas presentes no salão, para esta empresa de Rebordosa a feira Meuble de Paris “é uma oportunidade para estar com a força de vendas francesa. Esta feira oferece a possibilidade de quem vende os nossos móveis, conhecer melhor o nosso produto. Aproveitamos este evento, também, para termos reuniões com  os nossos vendedores e criar uma relação mais próxima entre as nossas comercais que estão nos escritórios em Portugal e os vendedores franceses”, revela a Directora Comercial, Daniela Barbosa. O mercado francês representa 90 por cento do negócio da Cácio, que possuiu uma carteira de 1500 clientes franceses.


 


 


 





Entrevista Rui Ramos, Director Executivo APIMA, Associação Portuguesa de Mobiliarios e Afins


 


 


Imagens de Marca: Qual a importância da Maison and Objet para as empresas portuguesas do mobiliário e decoração?


Rui Ramos: “A Maison & Objet” é uma das principais feiras mundias em termos de decoração. Arriscaria a dizer que é a número um a nível mundial. Por si só e por esse facto, torna-se uma referência para as empresas portuguesas. Aqui podem ser visitadas não só pelos maiores e melhores clientes franceses, mas pelo impacto mundial da feira também podem ser visitadas por clientes internacionais com bastante importância. Reunidos estes ingredientes torna-se essencial para as empresas portuguesas estarem presentes num evento desta dimensão. O mercado nacional ou a economia portuguesa não estão a atravessar um momento muito forte, mais se justifica esta expansão para o mercado internacional. O facto de estarem nesta feira é uma porta enorme para os mercados internacionais e para potenciar as exportações das empresas portuguesas.


 


 


IM: Qual é o perfil dos visitantes?


RR: Embora vejamos muita gente nos corredores, esta é uma feira de profissionais. Todas as pessoas que estão nesta feira são profissionais da área da decoração e pela quantidade vemos que não podem ser só franceses, mas mundiais. O tipo de clientes são de todo o tipo, desde decoradores e arquitectos, passando pelos especialistas na área da decoração, às grandes cadeias de compra de grandes marcas e centrais de compra. Toda a gente visita esta feira, porque é uma referência  não só para as empresas, mas também para os clientes que procuram novidades, procuram especializações em determinadas decorações e aqui têm uma oferta integrada.


 


 


IM: Há uma crise no mercado português do mobiliário. Esta feira pode ser vista como a grande oportunidade para as nossas empresas se internacionalizarem?


RR: “É uma oportunidade e é essencial. O mercado português no que se refere ao consumo interno está num momento de fraqueza: Já está assim há alguns anos e a capacidade instalada das empresas mantém-se. As empresas têm que produzir e como tal a seguir têm que vender. Estar cá é exactamente o que isso significa, é vender. A reacção das empresas portuguesas tem de ser esta: pegar no seu produto, tentar perceber qual é a sua posição dentro do seu segmento, tentar elevar essa sua posição e aceitar o desafio de estar aqui ao lado da concorrência internacional e ao lado da força mundial da decoração.


 


 


IM: Mas para se apresentarem na Maison & Objet as empresas portuguesas têm de estar sujeitas a uma selecção rigorosa por parte da organização. O que é que as empresas portuguesas precisam para estar nesta montra mundial?


RR: “É um desafio enorme conseguir colocar uma empresa no interior deste feira. Enquanto expositor, a lista de espera desta feira é invejável.


Não é difícil uma empresa estar três ou quatro anos à espera de uma localização, que não será a melhor no primeiro ano, será sim, a possibilidade de mostrar quer a qualidade do produto quer a forma de expor também. E é muito dificil colocar cá as empresas portuguesas. Precisamente pela fama e pelos enormes negócios que se geram aqui, há uma procura enorme a nível internacional, mas a pouco e pouco vamos conseguindo cá colocar empresas portuguesas. E começa-se, como é obvio, pelas empresas de maior referência, pelas empresas cujo produto nunca nos deixará ficar mal e cuja forma de trabalhar internacionalmente ja está estudada.”


 


 


 



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